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Ônibus: trabalhadores ameaçam novas paralisações se não houver acordo com a Prefeitura

Atualizada às 10h23min

A paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus de Teresina pode continuar nos próximos dias e isso vai depender de algum retorno por parte da Prefeitura ou do Setut ao Sintetro. A informação foi confirmada pelos próprios trabalhadores durante a manifestação desta manhã na Praça da Bandeira, Centro da Capital. Caso não haja qualquer contato dos representantes do poder público municipal ou do sindicato dos empresários, os motoristas e cobradores vão fazer uma nova paralisação na tarde de hoje (05) e também durante a semana.

"Essa é a primeira, mas se não entrar em consenso com os empresários e a PMT, vai continuar durante a semana. Vai continuando, porque o que estamos passando hoje é uma situação muiti crítica. Eu estou há oito meses sem receber salário e isso é muita coisa para um pai de família. Se não der certo hoje e ninguém entrar em contato com o pessoal do Sintetro, a gente vai continuar durante os próximos dias. E se não tiver retorno hoje, de tarde tem paralisação de novo", explicou o Oswaldo Gomes, cobrador de ônibus da Emtracol, que opera pelo Consórcio Therezina na zona Sudeste.

Iniciada às 008h23min

Os motoristas e cobradores de ônibus de Teresina estão paralisando suas atividades na manhã desta terça-feira (05) em protesto pela inclusão dos trabalhadores e usuários nas discussões sobre a retomada do transporte público na capital. Reunidos na Praça da Bandeira, Centro de Teresina, os profissionais vão interromper suas atividades até as 11h.


Foto: Isabela Lopes/O Dia

O principal objetivo da paralisação de hoje é chamar a atenção do prefeito Dr. Pessoa para que ele clarifique as propostas de retomada do transporte coletivo e defina o que de fato deverá ser feito para amenizar o sofrimento da população que depende de ônibus para ir e vir dentro da cidade. É o que explica o secretário de assistência social do Sintetro, Francisco Sousa.

“Nosso principal objetivo hoje é chamar atenção do prefeito pra que ele assuma o papel dele como gestor da cidade, porque infelizmente ele não tem apresentado uma proposta concreta e definitiva para o sistema de transporte. Ele apenas diz que quer que a frota volte a circular novamente, mas não diz quantas viagens o ônibus vai ter que fazer, não diz quantos ônibus vão voltar a circular, quais as linhas, o percurso que será feito e se vão retornar os terminais de integração”, afirma Francisco.


Francisco Sousa é representante do Sintetro - Foto: Isabela Lopes/O Dia

De acordo com o Sintetro, Teresina deveria ter 440 ônibus circulando atualmente para atender à demanda populacional, mas possui apenas 143 veículos nas ruas e a situação de muitos motoristas e cobradores é crítica. É que os profissionais estão sendo pagos por horas e dias trabalhados e não conforme prevê o piso salarial da categoria. Segundo Francisco Sousa, há cobradores e motoristas que recebem menos de R$ 200 e de R$ 400 por mês.

A categoria cobra, com a paralisação de hoje, a inclusão de seus representantes nas discussões travadas entre a Prefeitura e o Setut. “O transporte público não é feito só pelo prefeito e pelos empresários, é feito pelos usuários e o trabalhador. Então o prefeito tem que descer do palanque, deixar de fazer política e agir. Exercer seu papel enquanto gestor de uma cidade”, disparou o representante do Sintetro.

Francisco destacou que é preciso que as associações de bairro e de moradores sejam convocada para participar das tratativas do transporte de Teresina assim como a associação de usuários de ônibus e o próprio sindicato dos motoristas e cobradores, de modo que seja posto em debate o atendimento concreto das necessidades da população e a assinatura da convenção coletiva da categoria que garanta o pagamento salarial conforme preveem os parâmetros legais.


Foto: Reprodução/Whatsapp

O outro lado

Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut) se manifestou sobre a paralisação de hoje dos motoristas e cobradores de ônibus. A entidade reiterou que as empresas não têm conseguido manter suas obrigações trabalhistas devido às dificuldades financeiras e a queda na arrecadação do sistema, sobretudo durante a pandemia.

Confira a nota na íntegra:

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) reitera que o sistema de transporte em todo o país vem enfrentando grandes dificuldades desde o início da pandemia de Covid-19 e em Teresina as empresas do setor não têm conseguido manter suas obrigações trabalhistas, devido às dificuldades financeiras e queda de arrecadação das empresas no sistema. 

O Setut informa ainda que o sistema não tem se sustentado com o arrecadado, e que a falta de aporte financeiro pela Prefeitura de Teresina, conforme firmado legalmente em contrato, tem provocado fortes impactos no setor e desequilíbrio para funcionamento do transporte público. Mantém-se em diálogos com o Ente Municipal, buscando soluções, e esclarecendo que com o fim da medida provisória que subsidiava as folhas de pagamento, mais difícil ainda se encontra a situação atual.


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