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Ônibus em Teresina: trabalhadores ameaçam greve e alegam descumprimento de acordo

Os motoristas e cobradores do transporte público de Teresina ameaçam uma nova greve. A data ainda não está confirmada, mas a categoria deve se reunir, em assembleia geral, nos até esta quinta-feira (03) para definir as diretrizes a serem seguidas. Segundo Francisco Souza, cobrador e secretário de Previdência e Assistência Social do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro).

“Já estamos discutindo uma possível greve no sistema. Teresina já está funcionando normalmente, com exceção dos colégios, mas que também já estão organizando voltar presencial. Nas últimas negociações, foram feitos acordos, que era para o trabalhador voltar, eles [empresários] pagarem os salários atrasados e o dissídio coletivo não foi julgado. Nós voltamos, só que as empresas estão agindo totalmente contrário ao que foi acertado. A gente continua na mesma situação”,  conta Francisco Souza.


Fotos: Arquivo O DIA

Francisco Souza destaca que há uma sentença normativa, uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho, em 2019, onde foi estabelecido que o salário do trabalhador seria de R$1.951/mês. Mesmo com a decisão do TST, os empresários não estariam cumprindo com o acordo, fazendo, assim, o pagamento por diária ou hora. 

A data-base da categoria é no mês de janeiro, e, desde dezembro de 2021, enfatiza que o Sintetro tem buscado os empresários para fechar o acordo da Convenção Trabalhista, mas, de acordo com Francisco Souza, o documento não foi assinado. Assim, a categoria segue para o terceiro ano consecutivo sem reajuste salarial, o que, de acordo com Francisco, chega a uma perda salarial de quase 20%.

O cobrador e secretário de Previdência e Assistência Social do Sintetro comenta que, desde o início da pandemia, os empresários deixaram de pagar os trabalhadores com o salário que foi contratado na carteira. De acordo com ele, cerca de 80% das empresas continuam pagando os trabalhadores por hora e dias trabalhados, além de não pagarem ticket alimentação e plano de saúde.

“Não justifica o Setut dizer que não tem condições de pagar, uma vez que os ônibus já estão andando superlotados, os passageiros voltaram à sua normalidade e a Prefeitura diz que está honrando o acordo firmado com o Setut, que é o pagamento das parcelas em atraso. Não entendemos porque o Setut não quer repassar para o trabalhador o que é de direito”, enfatiza.

Atualmente, o transporte coletivo urbano de Teresina conta com aproximadamente 800 trabalhadores


Esclarecimento do Setut

Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que tem sido cumprido efetivamente o acordo firmado pela entidade com a Prefeitura com relação ao quantitativo da frota nas ordens de serviços do sistema. O setor segue prezando pelo diálogo e efetivando suas obrigações trabalhistas.

A entidade reforça que vem se esforçando ao máximo para cumprir o seu papel perante toda a sociedade, e sempre tem reforçado a vigilância na prestação dos serviços de transportes, para mantê-los com qualidade, eficiência e agilidade no atendimento aos passageiros de Teresina. 

O Setut reitera ainda que não compactua e nem tem participação no incentivo de quaisquer paralisações ou greves por parte do sindicato dos trabalhadores, pois tem como objetivo primordial a manutenção do pleno funcionamento do sistema para seus clientes/usuários.