A Unidade de Pronto Atendimento
(UPA) do bairro Promorar, na Zona Sul de Teresina, teve registro de lotação e demora no atendimento aos pacientes na tarde desta segunda-feira (04).
Pacientes que buscaram a unidade relataram esperar até 04 horas na fila por atendimento, durante todo o dia. No local, alguns acompanhantes se queixaram de que não havia separação entre pessoas com sintomas gripais e os demais pacientes.
Pamela Vidal relatou à FM O Dia que levou a avó de 71 anos para receber insulina, mas o medicamento na unidade de saúde estava em falta. Ela reclamou ainda do atendimento prestado pelos profissionais.
“Aqui não tem prioridade. A enfermeira esqueceu de dar insulina para minha avó, que já é idosa. A enfermeira deu o soro sem o remédio. Minha avó está com o pé amputado e não recebeu assistência nenhuma. Faz horas que ela está aqui, mas ainda ninguém repôs a medicação”, relata.
Dona Jucileide aguar por atendimento na UPA. Foto: Chico Gomes/FM ODIA
Quem espera na sala de espera pede solução para o caso. “Eu sinto muito péssima. Eu venho poucas vezes buscar atendimento nesta UPA e, quando venho, sou atendida desta forma. Isso é desumano”, relatou Jucileide à reportagem.
A vendedora Adriana Batista contou que procurou a UPA três vezes após seu pai ter se sentido mal em casa. Ela só descobriu que ele estava com um princípio de Acidente Vascular Cerebral (AVC) depois que procurou atendimento na rede particular. Agora, mais de 4h, ela aguardava na fila uma ambulância para levá-lo ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
“A primeira vez que procurei a unidade de saúde foi no sábado, mas foi liberado após algumas horas. Meu pai teve piora e, no domingo, retornamos. O quadro piorou viemos hoje novamente. Tive que ir em um hospital particular para descobrir que era Acidente Vascular Cerebral (AVC). Chegamos aqui pela manhã para pegar o encaminhamento para o HUT e até agora às 12h30 ainda estamos esperando uma ambulância. O caso é grave, sendo que o atendimento deveria ser imediato”, relata.
Outro lado
À reportagem, o diretor da UPA do Promorar, Leandro Mendes, explicou que a unidade possui quatro médicos clínicos e um cirurgião pela manhã e três médicos clínicos e um cirurgião no período da noite. Por dia, o hospital atende cerca de 400 pessoas que vêm de diferentes bairros da capital, municípios do Piauí e até mesmo de outros Estados. Nesse sentido, segundo ele, faltam macas para atender a demanda.
Em nota, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que os atendimentos nas UPAS “seguem os protocolos do Ministério da Saúde para a classificação de risco” e que “são atendidos, prioritariamente, quem corre risco de vida mesmo que chegue depois”.
Sobre a falta de insulina, a Fundação esclareceu que o medicamento é dispensado na UPA, mas é necessário “saber qual é o tipo porque existem vários tipos. Umas são entregues pela FMS nas UBS e outras é pela Sesapi.”