Após os trabalhadores do sistema de transporte coletivo de Teresina tirarem de circulação 100% da frota nesta segunda-feira (25), a categoria deve ser recebida por volta das 11h pelo prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, no Palácio da Cidade, para tratar sobre as reivindicações.
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Os motoristas e cobradores cobram o repasse de ticket de alimentação e plano de saúde, que teria sido barrados por decisão do vice-prefeito e atual secretário de Finanças de Teresina, Robert Rios.
Foto: Arquivo O Dia
“Ele diz que encontrou irregularidades no processo por parte do Setut [Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina]. Nós, trabalhadores, não queremos ser penalizados por uma eventual irregularidade que possa ter havido por parte do Setut, o que queremos é esse repasse imediato e de forma integral”, destaca o motorista do Consórcio Theresina, Cândido Pessoa.
Segundo o motorista, os trabalhadores rodoviários também reivindicam o pagamento integral do salário referente ao mês de dezembro, que segundo ele, não teria sido pago de forma integral, devido à Medida Provisória do Governo Federal, em vigor até o dia 31 de dezembro, que permitia o corte de salários e de jornada de trabalho devido à pandemia do novo coronavírus.
“A MP findou no dia 31 de dezembro e o salário de janeiro ainda veio por horas trabalhadas. Tem uma série de leis trabalhistas quebradas. Nenhum trabalhador vai trabalhar com a barriga vazia ou com suas contas pendentes. Isso é um grito de socorro da categoria”, afirma.
No início de janeiro, um grupo de motoristas e cobradores do Consórcio Theresina chegou a ser recebido pelo prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, para tratar sobre o corte de salários. Segundo os integrantes do movimento paredista, um documento foi protocolado junto à Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), mas até o momento não obtiveram retorno.
“São argumentos que não justificam e não convém. Existe também uma série de coisas que acontecem dentro da empresa em relação ao pessoal da manutenção, aqui é um consórcio que abrange cinco empresas, uma pessoa é contratada para uma determinada empresa e é obrigada a trabalhar para as outras quatro sendo que a carteira é assinada por uma só empresa”, conclui o motorista.
De acordo com o motorista José Luiz, representante do Consórcio Urbanus, os trabalhadores estão recebendo por hora trabalhada o que reduziu o salário em mais de 50%. "'Em janeiro eu recebi R$780,00, sendo que nosso salário é R$1.904,00, então você sai de casa todo dia sendo que as vezes você tem que fazer uma viagem e volta, ainda tem que pagar para se locomover até a garante e ao final do mês você recebe menos de um salario mínimo", diz.
Entenda
Todos os ônibus coletivos de Teresina pararam de circular por volta das 5h desta segunda-feira (25). A ação faz parte do protesto da categoria, que cobra o pagamento dos Tickets alimentação e do plano de saúde aos trabalhadores rodoviários, que estaria em atraso.
O outro lado
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) enviou uma nota à imprensa afirmando que foi constatado que o Sintetro paralisou as atividades tendo em vista que a Prefeitura Municipal de Teresina não fez o repasse no dia 20/01, do valor que foi acordado com o Sindicato dos trabalhadores. O repasse seria feito através das empresas juntamente com a parcela devida às concessionárias, para que essas disponibilizassem os recursos aos trabalhadores.