A orientação sexual é um fator de risco para gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros. A afirmação é baseada no número de Boletins de Ocorrência registrados na Delegacia de Direitos Humanos em Teresina. Somente este anos, 25 denúncias de crimes contra LGBTs foram registradas pela Delegacia de Direitos Humanos em Teresina.
De acordo com o delegado Emir Maia, o crime contra a honra, principalmente injúria e difamação, é a maioria dos casos. "A ofensa à dignidade da pessoa homossexual acontece geralmente no local de trabalho ou no meio familiar”, afirma.
Os demais crimes registrados pela delegacia especializada são lesão corporal, ameaça e roubos. Nesses casos, as travestis são as principais vítimas. “Essas violências são praticadas à noite, geralmente no meio da rua, que é o local de trabalho das pessoas agredidas. São vítimas que estão muito vulneráveis”, destaca Emir Maia.
Os maiores agressores das travestis são os próprios clientes que se recusam a pagar pelo programa sexual e ainda roubam os pertences das vítimas. “Temos muitas dificuldades para investigar esses crimes, pois geralmente são praticados em locais esmos, sem testemunhas. As vítimas não conhecem o agressor ou não anotam informações importantes, como a placa do carro”, ressalta o delegado.
Espancamento
Um dos casos de maior repercussão que está sendo apurado pela Delegacia de Direitos Humanos ocorreu há cerca de 40 dias. Um homossexual foi espancado por ter se recusado a beijar na boca do cliente. “Ele entrou no carro e foi levado para uma rua escura próximo do Atlantic City. Lá, o cliente pediu o beijo e ele disse que não daria. Por conta disso, além de ser espancado, teve seus pertences subtraídos”, conta Emir.
A vítima registrou o Boletim de Ocorrência e levou uma requisição para fazer o retrato falado. De acordo com o delegado, essa é a única maneira de iniciar a investigação, já que o homossexual não tem qualquer informação que identifique o agressor.
Dia Mundial do Orgulho LGBT
Nesta quarta-feira é comemorado o Dia Mundial de Orgulho LGBT. Para celebrar a data, a Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania (Sasc), por meio do Centro de Referência LGBT Raimundo Pereira, realiza um evento no Parque Potycabana, a partir das 17h, com o tema “Promovendo cidadania e enfrentando preconceitos”.
Shows artísticos, estandes informativos e a Gaymada - uma atividade esportiva, farão parte da programação.
De acordo com levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia(CGB), que faz o trabalho de resgatar dados e informações nas cinco regiões do Brasil, foram registradas 343 mortes de pessoas LGBT no país em 2016. Os dados mostraram que houve uma morte a cada 25 horas.