Os profissionais da Saúde que compõem o quadro de Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem em Teresina se reuniram nesta terça-feira (26) para uma nova manifestação em frente à prefeitura de Teresina. Eles reivindicam a manutenção dos 40% de insalubridade para os profissionais que estão trabalhando na linha de frente no combate à Covid-19.
Toda a movimentação ocorre após o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque, anunciar que o órgão não pode pagar 40% de insalubridade sem ajuda federal. Os profissionais já recebem o benefício, mas devido a Covid-19 houve aumento no aporte financeiro desde o mês de abril.
Leia também: “Falta de empatia”, diz sindicato sobre corte de insalubridade de enfermeiros
Segundo o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (SINATEPI), Érick Riccely, a insalubridade é não teria que ter relação com repasses do governo, visto que a gratificação está associada ao grau de exposição que o profissional está submetido e que esta é regulamentada por Norma vigente há mais de 30 anos.
“Não precisamos fazer qualquer estudo nesse momento para saber que a Covid é de alta contagiosidade, que compromete a saúde do trabalhador, e por isso ele faz jus ao recebimento da majoração de mais de 20%. E quando a gente fala em receber 40%, a população tem ideia de que é o valor astronômico, mas para se ter a ideia essa majoração representa apenas R$ 240 a mais no salário de um Técnico de Enfermagem; representa apenas R$ 190 no salário de um Auxiliar de Enfermagem. É por isto que nós estamos lutando, para manter”, disse o presidente do Sinatepi.
Presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (SINATEPI), Érick Riccely
Erick Riccely também lamentou o que chamou de “falta de respeito” com os profissionais que estão se dedicando ao enfrentamento da pandemia. “Quando o trabalhador luta não para ganhar, mas para não perder, mostra que as coisas se inverteram. Os profissionais são chamados de heróis apenas para serem aplaudidos e depois serem desvalorizados em seus salários; um herói que não consegue sequer levar alimento para casa. Para se ter ideia, o salário próximo à Enfermagem é R$ 1.400”, pontuou.
Procurada pelo ODIA, a FMS informou que o programa que permitia o aumento da insalubridade foi encerrado em dezembro do ano passado, e desde então não há mais repasses do Ministério da Saúde, mas que a Fundação manterá o pagamento dos 20% previstos em lei. Na semana passada, Gilberto Albuquerque tinha afirmado que o prefeito Dr. Pessoa (MDB) havia prometido o pagamento agora em janeiro, mas há a falta de recursos para manter o pagamento desses percentuais.