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Taxistas decidem não cobrar bandeira dois neste mês de dezembro em Teresina

Os taxistas de Teresina estão autorizados a cobrar bandeira dois nas corridas durante este mês de dezembro. A medida está prevista no decreto 15.308 de 11 de agosto de 2015 e prevê uma gratificação natalina aos profissionais neste final de ano. Alvo de ação do Procon quando foi baixada, a bandeira dois no mês de dezembro acabou não sendo praticada pelos taxistas da capital nos anos anteriores. Isso porque a medida pegou os clientes de surpresa e resultou em um afastamento dos usuários.


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Neste mês de dezembro de 2021, os taxistas da capital decidiram mais uma vez não operarem na bandeira dois. A categoria explica que o momento de crise econômica não é o ideal para cobrar a mais pelo serviço prestado. Soma-se a isso o fato de que os taxistas agora concorrem com os carros por aplicativo que, no geral, oferecem preços mais baixos.

“Podem usar, mas na minha opinião, acho que não é o momento porque tivemos uma crise tremenda na área de taxista. O taxista chegou a receber cesta básica do município e vivemos uma situação muito difícil na pandemia porque ninguém saía de casa, ninguém pegava táxi. E então chegou os aplicativos. Eu acho que devia haver primeiro a conscientização da população de que iria ter essa gratificação aos taxistas e não era ser surpreendida desse jeito com a bandeira dois durante todo o mês”, diz Pedro Ferreira, presidente de uma cooperativa de táxi em Teresina.


Pedro Ferreira atua como taxista há 20 anos - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Atualmente, a bandeira dois em Teresina é praticada das 22h às 6h, a partir das 11h30 do sábado até das 6h do domingo e também nos feriados. Quando ela é cobrada, o cliente paga 20% a mais no valor da corrida. Por exemplo, se a corrida der R$ 10, o usuário pagará R$ 12 na bandeira dois. Se a corrida der R$ 20, ele pagará R$ 24,00. 


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Para os taxistas, mais eficiente que praticar bandeira dois durante todo o mês de dezembro, seria se o poder público sentasse com a categoria para discutir o reajuste da bandeirada, ou seja, do valor inicial cobrado no taxímetro quando do início da corrida. Hoje em Teresina, a bandeira está custando R$ 4,50. O mesmo valor de cinco anos atrás, o que já não cobre nem os gastos com o combustível.

É o que diz Pedro Ferreira: “Precisa desse aumento, porque está defasado. Na época que o decreto da bandeira dois foi baixado, a bandeirada era R$ 4,50 e o combustível era R$ 3,50. Hoje a gasolina está a R$ 7,00 e a bandeirada segue a R$ 4,50. Tem que ter um estudo com a Prefeitura para a população não ser surpreendida, porque isso afasta é a nossa clientela”, finaliza.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Número de corridas de táxi subiu no último mês

Que os aplicativos de carona paga têm gerado transtornos aos teresinenses não é mais novidade. Em vários casos, os serviços, que deveriam facilitar a mobilidade urbana, mais atrapalham do que ajudam: alguns profissionais recusam corridas pagas no cartão, dão preferências a trajetos mais longos e recusam viagens mais curtas e os cancelamentos de corrida sem qualquer explicação têm se tornado frequentes em algumas plataformas.

Esses transtornos têm gerado um outro efeito: o retorno dos teresinenses ao serviço de táxi. De acordo com Pedro Ferreira, que preside uma cooperativa na capital, tem havido aumento no número de chamados por corridas nas centrais de operação da cidade, sobretudo no último mês.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

“A população já vem numa crise tremenda e estamos voltando o sistema de táxi. Chegou agora a aumentar 30% o número de chamadas neste mês e estamos trabalhando para que este número se mantenha e suba mais. Por isso qualquer medida que possa afastar o usuário de alguma forma nós estamos preferindo não adotar”.

Contribui para esse aparente retorno da população para o transporte de táxi as tarifas dinâmicas que são praticadas nos serviços de carona por aplicativo em determinados horários do dia. Em geral, a tarifa dinâmica, que pode chegar a até o dobro o triplo do valor inicialmente estipulado pelo percurso, são praticadas em horários de maior procura quando a quantidade de veículos disponíveis é insuficiente para atender à demanda.