A paralisação dos trabalhadores do Consórcio Teresina Ambiental (CTA) completou três dias nesta quarta-feira (12). Os garis coletam diariamente 600 toneladas de lixo domiciliar na Capital e com a suspensão do serviço, 1.800 toneladas de lixo estão acumuladas.
Além do lixo domiciliar, os trabalhadores são responsáveis pela coleta de todo o tipo de lixo na cidade, onde são coletadas aproximadamente 1.200 toneladas por dia. A falta da coleta afeta diretamente a população de Teresina. Um morador do bairro Bela Vista, na zona Sul da cidade, conta que o local está repleto de lixo. "É quase impossível caminhar ou praticar exercícios na praça do Bela Vista, pois parte da calçada está cheia de lixo”, destacou.
Os trabalhadores paralisaram atividades no último dia 10 e reivindicam a regularização de salários e vale-alimentação que estariam em atraso. Para solucionar o impasse, a Prefeitura de Teresina acionou o Ministério Público do Trabalho (MTP), que irá investigar o atraso nos salários dos funcionários do CTA.
A capital produz, em média, 600 toneladas de lixo domiciliar por dia. Condomínios e praças sofrem com acúmulo - Foto: Jailson Soares/O Dia
Segundo o representante do sindicato dos funcionários do CTA, Jonatas Miranda, ficou acordado entre a prefeitura e a diretoria da empresa que os valores a serem repassados serão depositados em juízo, acompanhados pelo MTP. O pagamento dos funcionários será fiscalizado diretamente pelo sindicato.
A paralisação deve chegar ao fim na quinta-feira (13), após todos os pagamentos serem regularizados. Ao voltarem ao serviço, os garis devem trabalhar em turnos escalados a fim de dar conta da demanda de lixo na cidade. "Iremos negociar a possibilidade de hora extra e ver a melhor forma de atender a população”, destacou o representante do sindicato
Prefeitura acionará Ministério público para pagar salários atrasados
A Prefeitura de Teresina revelou, após reunião emergencial na manhã desta terça (11), que acionará o Ministério Público do Trabalho para investigar o atraso nos salários de funcionários do Consócio Ambiental Teresina (CTA), responsável pelo serviço de coleta do lixo domiciliar e limpeza urbana da capital. A Prefeitura alega repasses milionários à empresa e buscará realizar o pagamento dos salários diretamente aos trabalhadores.
Os profissionais paralisaram atividades na última segunda (10) e reivindicam a regularização de salários e vale-alimentação que estariam em atraso. Nesta terça todo o serviço de recolhimento lixo e limpeza urbana da capital foi suspenso. O secretário de Finanças da capital, Admilson Brasil, criticou os sucessivos atrasos da empresa.
“Vamos buscar junto ao Ministério Público do Trabalho a possibilidade de pagar direto para os trabalhadores, não entendemos o motivo do atraso dos salários dos funcionários, o atraso do pagamento dos carros alugados para fazer a coleta de lixo, nós não entendemos. O certo é que o município de Teresina pagou este ano R$ 48 milhões a empresa, ano passado mais de R$ 176 milhões, por que tanto atraso ? Atrasos de 8 meses nos carros coletores, atraso de pagamento dos funcionários e FGTS, queremos resguardar os trabalhadores”, afirmou.
Após a reunião Dr. Pessoa prometeu solucionar o impasse. “A Prefeitura, o Dr. Pessoa firme convocou os assessores de altíssima qualidade que tem uma qualidade para resolver o problema do lixo na capital do estado do Piauí, este foi o sentido da reunião.”, disse o prefeito. O DIA buscou contato com o CTA, mas até o fechamento desta edição, não houve retorno.
Atraso compromete serviço essencial
O Procurador geral do município, Ari Ferreira, destacou que os meios jurídicos serão buscados e que o atraso no pagamento prejudica um serviço essencial. “Tem medidas administrativas e medidas judiciais, vamos buscar o cumprimento do contrato. Também vamos buscar os órgãos de controle que fiscalizam essa relação de trabalho. Aparentemente está havendo o descumprimento das empresas com os seus trabalhadores, existem órgãos de fiscalização que serão devidamente comunicados. Esse atraso está comprometendo o fornecimento de um trabalho público essencial. Vamos discutir o pagamento direto aos trabalhadores”, finalizou.