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“Meu filho precisa de tratamento, não de prisão”, diz pai de rapaz que queimou ônibus

Francisco Everardo de Sousa Freitas Filhopreso por ter ateado fogo em um ônibus coletivo no começo desta semana em Teresina, continua detido e a família aguarda decisão judicial sobre um pedido de habeas corpus. Em conversa com a reportagem de O Dia nesta sexta-feira (30), Francisco Everardo de Sousa, pai do rapaz, pediu clemência à justiça e disse que o filho precisa de tratamento médico e não de detenção.

Francisco Everardo afirma que as palavras utilizadas pela Promotoria de Justiça no pedido de prisão de seu filho não condizem com a realidade e reiterou que Everardo não é terrorista. “Meu filho é autista e toma remédios controlados. Nós sempre fomos muito rigorosos com a medicação dele. Ele disse que não sabia o que fez. O autista, ele precisa é de tratamento, não ser preso. Meu filho foi preso de uma maneira absurda e a promotoria sequer olhou o processo, não viu nem os encaminhamentos médicos que ele tinha”, desabafou Francisco Everardo.


Francisco Everardo disse que o filho precisa de tratamento médico e não permanecer preso - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Ele destacou que Everardo Filho nunca apresentou comportamento agressivo e que o ato de ter ateado fogo em um ônibus foi um “surto”. Na ocasião de sua prisão, a polícia revelou que ele havia deixado um bilhete dizendo que queimar o veículo era um ato de vingança pelo atropelamento de uma jovem por um ônibus e que essa menina seria próxima de sua família.

Seu pai, no entanto, seu pai negou que a família ou até mesmo Everardo Filho conhecessem alguma mulher que foi atropelada no transporte coletivo em Teresina. “Isso foi uma notícia que ele viu na televisão e nos portais de notícia e acabou fixando essa ideia na cabeça. Aquilo foi amadurecendo sem a gente saber. O autista, como todo mundo sabe, ele bota uma ideia na cabeça e fixa ela e enquanto ele não executar, ele não se contenta”, disse Francisco Everardo.

O pai disse esperar que a justiça entenda a situação de Everardo Filho e o libere para que ele possa receber tratamento em casa na companhia da família. “Meu filho está precisando de tratamento médico e preso no meio de pessoas que cometeram um crime. Ele é um menino bom, criado direitinho. Tem endereço fixo, é estudante e nunca cometeu um deslize na vida. Quando ele surtou aconteceu isso”, finaliza Everardo.