Primeiro medalhista de ouro do Brasil nos Jogos de Tóquio, Italo Ferreira estava radiante com o feito na praia de Tsurigasaki, no litoral do Japão. Ele ganhou de Kanoa Igarashi na final, subiu ao lugar mais alto do pódio e homenageou sua avó, que morreu em 2019. "Queria que ela estivesse aqui para me ver campeão olímpico", disse.
Ele confessa que tinha uma relação muito próxima com sua avó Mariquinha.
"Ela era uma figura, a gente sempre brincava. Quando fui campeão mundial
levei o troféu no quarto dela e agora vou levar essa medalha de novo lá. É um
ritual. Lá de cima sei que ela está muito orgulhosa", afirmou.
Foto: Rodolfo Vilela/rededoesporte.gov.br/FOTOS PÚBLICAS
O surfista sabe que o Japão guarda lembranças para ele, que conquistou o evento
de surfe nos Jogos de Tóquio e também foi no país asiático que ganhou o ISA
Games, em 2019. Além dos títulos, outra semelhança curiosa é sobre os
perrengues que passou nos dois eventos.
Na Olimpíada, Italo chegou à final com a perna machucada. Toda vez que saía da
água, estava mancando. Na bateria decisiva contra Kanoa Igarashi, ele ainda
teve a prancha quebrada no início da bateria e precisou trocá-la às pressas.
"Foi um evento especial. Teve um momento em que tentei um aéreo e quase
destruí meu joelho."
Natação nas finais do revezamento 4x200 metros
Nas águas do Centro Aquático de Tóquio, os brasileiros
Fernando Scheffer, Breno Correia, Luiz Altamir e Murilo Sartori se
classificaram na manhã desta terça-feira (de Brasília), noite no Japão, para a
final da prova do revezamento 4x200 metros livre, com 7min07s73. Foi o oitavo
melhor tempo geral, o que garantiu a última vaga para a decisão, que tem
previsão para ser disputada por volta das 0h25 desta quarta.
Na mesma sessão, outro brasileiro garantiu vaga para a disputa de medalha na
natação masculina. Guilherme Costa ficou em segundo lugar em sua bateria nos
800 metros, depois de liderar grande parte da prova. O nadador carioca, de 22
anos, conseguiu o tempo de 7min46s09 e ficou atrás somente do austríaco Felix
Auboeck.
No classificatório geral, Guilherme Costa terminou em quinto lugar.
"Gostei muito da prova. Sabia que tinha que começar forte e foi o que eu
fiz", disse o nadador em entrevista ao SporTV logo após sair da piscina.
Na disputa dos 100 metros livre, dois nadadores do Brasil foram eliminados:
Gabriel Santos e Pedro Spajari, que ficaram, respectivamente, na penúltima e nas
últimas colocações em suas baterias.
Abner Teixeira derrota britânico e fica a uma vitória da medalha no boxe
Em
duelo muito equilibrado, Abner Teixeira venceu o britânico Cheavon Clarke,
nesta terça-feira pela manhã, horário de Brasília (noite em Tóquio) e passou
para as quartas de final na categoria peso pesado (até 91kg) no boxe dos Jogos
Olímpicos. O brasileiro venceu por 4 a 1, em decisão dos jurados: 29 a 28 (três
vezes), 30 a 27 e 27 a 30.
Com o resultado, Abner volta ao ringue na
sexta-feira, às 7h39, para enfrentar Hussein Eishaish Hussein IashAish, da
Jordânia. Se vencer, o medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos de Lima-2019
vai garantir pelo menos um lugar no pódio, pois no boxe não existe a disputa do
terceiro lugar. O lutador que perde na semifinal, automaticamente fica com o
bronze.
Canhoto, mais alto que o adversário e com bom jogo
de pernas, Abner adotou uma postura de contra-ataque, enquanto o britânico
apostou no duelo na curta distância, com golpes na linha de cintura. Mais
efetivo, Clarke venceu o primeiro round para três jurados.
No segundo, Abner conseguiu manter o rival mais
afastado e, com ganchos, atingiu a cabeça e o corpo. O britânico não teve tanta
ação ofensiva e, com isso, foi o brasileiro que se apresentou melhor nos três
minutos.
Em jogo tenso, Stefani e Pigossi viram sobre checas e vão às quartas em Tóquio
Depois
de derrubarem as sétimas principais favoritas na estreia dos Jogos Olímpicos,
as tenistas brasileiras Luisa Stefani e Laura Pigossi fizeram história e
avançaram às quartas de final da competição na manhã desta terça-feira (horário
de Brasília). Ela venceram de virada, em um duelo dramático, as checas Karolina
Pliskova e Marketa Vondrousova por 2 sets a 1, com parciais de 2/6, 6/4 e 13/11
após 1h13 de jogo, que começou atrasado por conta da chuva.
Com a vitória, Stefani, 23ª do mundo, e Laura
Pigossi, 188º colocada, atingiram o melhor resultado do tênis feminino
brasileiro na história dos Jogos Olímpicos. As duas flertaram com a eliminação
mais de uma vez, mas salvaram quatro match points e conseguiram uma virada
incrível diante de uma dupla forte. Pliskova atingiu alcançou a final em
Wimbledon e é ex-número 1 do mundo, enquanto Vondrousova eliminou a favorita
Naomi Osaka algumas horas antes na chave de simples feminina.
Todas as tenistas brasileiras que disputaram a
Olimpíada anteriormente obtiveram no máximo uma vitória em cada edição, casos
de Teliana Pereira (Rio-2016), Joana Cortez e Vanessa Menga (Sydney-2000),
Andrea Vieira e Cláudia Chabalgoity (Barcelona-1992), Gisele Miró (Seul-1988).
As brasileiras vão encarar nas quartas de final a
forte parceria norte-americana formada por Bethanie Mattek-Sands e Jessica
Pegula, que são as cabeças de chave número 4 em Tóquio. Elas derrotam as
francesas Alizé Cornet e Fiona Ferro por 2 sets a 0. A partida está marcada
para a madrugada de quarta-feira (horário de Brasília).
Stefani e Pigossi tiveram dificuldades para
encaixar o primeiro saque no primeiro set e foram dominadas. Tiveram seus
serviços quebrados três vezes e perderam por 6/2. No entanto, as duas renasceram
na segunda parcial, a mais equilibrada.
Elas conseguiram duas quebras importantes, uma
delas quando o jogo estava 4/4 e fecharam a parcial em 6/4. Foram determinantes
para as tenistas do Brasil se recuperarem no duelo a melhora no saque e a
diminuição dos erros não forçados. Foram 13 contra 19 da dupla da República
Checa.
No super tie-break, que só é finalizado quando uma
das duplas atinge ao menos dez pontos com vantagem de dois pontos ou mais,
Stefani e Pigossi saíram atrás e conseguiram salvar dois match points. Depois,
as checas tiveram mais uma oportunidade para fechar o jogo, mas não o fizeram
novamente. As brasileiras empataram o duelo e confirmaram a vitória na primeira
chance que tiveram. Triunfo histórico do Brasil no tênis feminino olímpico!