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Após atentado, mulheres reivindicam delegacias da mulher no interior

Protesto reúne as quebradeiras de coco do Piauí. Líder do movimento foi vítima de tentativa de homicídio no começo do mês em conflitos de terra.

16/03/2018 11:05

O Movimento das Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu vai realizar um ato de protesto contra a violência e pedindo mais por mais segurança nas comunidades de municípios do interior piauiense. A ação acontece duas semanas após a coordenadora-geral do MIQCB, Francisca Nascimento, ter sofrido uma tentativa de homicídio após conflito om um proprietário de terra em São João do Arraial.

O protesto acontece durante este sábado no município do interior, com a presença de mulheres que já foram vítimas de abusos e violência por conta do trabalho que desempenham, “O tema é segurança pública e vamos reivindicar uma delegacia para as mulheres ou pelo menos uma delegada em cada município para que possamos ser ouvidas e atendidas”, explica Francisca.


Francisca Nascimento foi vítima de uma tentativa de homicídio no começo do mês (Foto: Geici Mello/O Dia)

Ela lembra que no começo do mês, após ter sido ameaçada por um proprietário de terra armado com uma faca, procurou a Delegacia Regional de São João para registrar BO, mas nunca recebeu qualquer retorno a respeito do inquérito. Na ocasião, as quebradeiras de coco retiraram uma cerca que impedia o acesso de 20 comunidades ao açude Santa Rosa. A estrutura havia sido erguida para delimitar a área de uma fazenda onde seria plantado arroz.

Outro ponto reivindicado pelas quebradeiras de coco é a regulamentação do ofício por uma lei estadual que garanta livre acesso à terra e aos babaçuais. Francisca comenta que algumas legislações municipais já preveem a legalização do trabalho das quebradeiras de coco, no entanto há falta de unidade no tratamento legal dispensado a estas mulheres.

O MIQCB atualmente representa 300 mil quebradeiras de coco nos Estado do Piauí, Maranhão, Tocantins e Pará. Somente em terras piauienses há cerca de 50 mil mulheres que desempenham o ofício. “Nosso objetivo maior hoje é organizar e capacitar essas mulheres para participar de seus direitos e lutar por suas conquistas”, finaliza a coordenadora do MIQCB.

Por: Maria Clara Estrêla
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