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Especialistas alertam: hábito de fumar prejudica saúde bucal

Diagnósticos vão de mau hálito, a caries, perdas dentárias até câncer de boca. Secretaria de Estado da Saúde implementou o Programa de Controle do Tabagismo.

30/08/2019 07:23

Para quem faz do fumo um hábito, as chances de ficar doente são ampliadas. Isto porque, através das substâncias presentes no cigarro, o usuário absorve substâncias tóxicas à saúde, capazes de levar à morte. Na saúde bucal não é diferente. Há uma grande chance em desenvolver um mau hálito, doença periodontal, cárie, perdas dentárias e até câncer de boca por conta do uso contínuo de cigarro.


O dentista César Gustavo, do Conselho Regional de Odontologia do Piauí (CRO-PI) , diz que os agravos trazidos pelo uso do cigarro podem acontecer em qualquer faixa etária. “As substâncias do cigarro atingem os tecidos de sustentação dos dentes por conta da nocividade da nicotina. O aumento da temperatura da boca devido ao uso do cigarro também contribui para acumular placa e tártaro. Então, desde novos, pacientes jovens, mas fumantes, apresentam indícios da formação de alguma patologia, que pode ser mancha, mau hálito ou até doenças mais graves”, explica.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Outro sinal bastante conhecido do hábito de fumar são os dentes amarelados. Isso acontece porque o cigarro apresenta componentes, como nicotina, alcatrão e amônia, que acabam ficando impregnados na superfície dentária.

Toda vez que o fumante inala a fumaça do cigarro aceso, ela passa por toda a sua boca e deixa resquícios desses componentes nos dentes. Com o passar do tempo, o acúmulo desses resíduos forma manchas — inclusive, quem fuma há muitos anos corre o risco de adquirir manchas impossíveis de remover.

“A gente sabe que o cigarro é extremamente prejudicial e as pessoas acabam negligenciando o cuidado com a boca. O mau hálito, por exemplo, vem por conta da fumaça ressecar a boca e inibir a produção de saliva. Isso acaba deixando que permaneçam substâncias que a gente consome na boca que, depois, exalarão o mau odor”, explica o dentista.

Outros tipos de diagnósticos comuns são as doenças periodontais, como a gengivite e a periodontite, inflamações decorrentes do acúmulo de bactérias. A questão é que como o cigarro tende a causar uma vasoconstrição sistêmica, a gengiva não sangra muito e a pessoa não percebe que algo está errado.

Outras possíveis ocorrências são inchaço e retração da gengiva, amolecimento dos dentes e perda óssea. Por tudo isso, não é difícil encontrar fumantes que já tenham perdido alguns dos seus dentes e tiverem que fazer implantes.

Normalmente, o tabagismo é uma porta de entrada para diversas doenças que afetam a saúde de modo geral. Existe ainda o risco do câncer de boca, que está estampado nas embalagens de cigarro como alerta para a população.

Além da boca, o uso de cigarro também atinge pulmões, garganta e nariz. Por isso, o dentista César Gustavo, lembra que a melhor prevenção para a saúde é a suspensão do uso do hábito de fumar.


Foto: O Dia

Piauí reduz em 70% o número de fumantes

O estado do Piauí reduziu em 70% o número de adultos fumantes em nove anos. Para diminuir ainda mais esse quantitativo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) lança a campanha “Tabaco e Saúde Pulmonar”. O objetivo é alertar a população sobre o uso do tabaco como fator de risco para várias doenças, como explica a coordenadora de Saúde do Adulto e Idoso da Sesapi, Valdite Leão.

“O fumo é um desencadeador de várias doenças, mas principalmente de câncer de pulmão, traqueia e brônquios. O tabaco fumado em qualquer uma de suas formas é responsável por 90% de doenças pulmonares. E alertar sobre esses riscos à saúde é uma das estratégias da nossa campanha”, destaca Leão.

Em 2009, a Secretaria de Estado da Saúde implementou o Programa de Controle do Tabagismo, que vem avançando significativamente. Neste ano, já são 190 municípios piauienses que oferecem o tratamento em 912 postos de saúde, o que colaborou para a queda do número de fumantes.

“Quando começamos os trabalhos em 2009, o Piauí tinha 18,9% de sua população adulta fumante e, no ano passado, esses números reduziram para 5,5%”, ressalta a coordenadora.

Além de alertar sobre os riscos para a saúde, a iniciativa quer chamar a atenção para os serviços disponibilizados, que ajudam no tratamento de quem quer parar de fumar. “Estamos fazendo capacitações nas onze regionais de saúde. Nossa meta para 2020 é que os 224 municípios piauienses possam oferecer esse serviço, para que esses números caiam ainda mais”, afirmou Valdite Costa.

Para os que desejam parar de fumar, a Secretaria de Estado da Saúde orienta que procure o posto de saúde mais próximo de sua casa, onde será atendido por uma equipe multidisciplinar e contará ainda com medicamentos gratuitos à sua disposição. Outras informações podem ser consultadas na Coordenação de Controle ao Tabagismo da Sesapi, ou por meio do Disque Saúde 136.

Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia
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