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Pacientes renais crônicos estão sem atendimento no Getúlio Vargas

Hospital é o único no Piauí habilitado para prestar atendimento a este público. A outra unidade, o HTI-Sul, foi descredenciado pelo SUS.

29/04/2015 07:37

Os pacientes renais crônicos do Centro Transplantador HTISul (antiga Casamater) denunciam que estão tendo dificuldades em receber atendimento no Hospital Getúlio Vargas (HGV). Isso porque o HTISul foi descredenciado pelo SUS, não realizando mais hemodiálise, transplantes e o acompanhamento dos pacientes.

Em Teresina, havia apenas esses dois centros transplantadores e, com o descredenciamento do HTI-Sul, todos os atendimentos deveriam ser direcionados para o HGV. Entretanto, não é o que tem acontecido, como explica o presidente do Sindicato dos Pacientes Renais Crônicos, Luiz Filho.

Fotos: Marcela Pachêco/O Dia


Luiz Filho, residente do Sindicato dos Pacientes Renais Crônicos

Segundo ele, os 270 pacientes transplantados estão completamente sem atendimento, correndo, assim, risco de morte. Luiz Filho pontua que os pacientes que fazem hemodiálise foram incorporados em outras clínicas para continuar o tratamento; porém, os transplantados seguem sem qualquer acompanhamento médico.

“Quando os pacientes chegam ao HGV, o hospital diz que não vai atender, alegando que não tem estrutura e médico. Mas, olhando o quadro, vemos que há sete nefrologistas. Acontece que hoje estamos com 270 pacientes transplantados que estão à toa, correndo o risco de perder seu rim e até vir a óbito. Nós temos informações que um paciente chegou a falecer no HUT justamente por causa dessa questão”, disse.

Os pacientes do HTISul, que estavam agendados, recebem uma documentação e são direcionados à Central de Transplantes no HGV. Porém, a central somente pode encaminhar para o próprio HGV.

“A Central de Transplante é só para saber se tem o órgão, pois quem recolhe é o próprio hospital. Aqui na Central, não tem médico ou um especialista para atender, então essas pessoas chegam aqui, mas elas não têm atendimento. A obrigação é do Estado, e o hospital público que o Estado tem e que faz esse serviço é o HGV!”, frisou o presidente do Sindicato dos Pacientes Renais Crônicos.


Transplantados discutem serviço negado no HGV

Ainda de acordo com Luiz Filho, os transplantados precisam do acompanhamento médico, entre outros motivos, para que tenham acesso ao receituário médico e possam ter acesso aos medicamentos. A guia deve ser renovada a cada três meses, mas, sem acompanhamento, os pacientes têm medo de ficarem sem os remédios.

“Todos esses pacientes eram para ser atendidos pelo outro Centro Transplantador, que é o HGV, que está se recusando a fazer isso. Nossa preocupação é que se um desses pacientes passar mal hoje, vão ser atendidos aonde? Não podemos ser atendidos no HUT, porque o índice de bactéria lá é muito grande e a nossa imunidade é muito baixa, então não tem condições do atendimento ser lá”, ressalta Luiz Filho.

Uma das grandes problemáticas relatadas pelo presidente do Sindicato é que o Estado não está realizando transplantes de rim, e os pacientes que já estavam preparados para realizar a cirurgia estão sendo encaminhados para Fortaleza (CE), custeados pelo Governo do Piauí.

Diante dessas e de outras problemáticas, os representantes do Sindicato dos Pacientes Renais Crônicos procuraram o Ministério Público Estadual do Piauí para que este fique a par da situação e entre em contato com a direção do HGV. Luiz Filho ressalta que o promotor Márcio Fernando Magalhães França enviou uma recomendação à Secretaria Estadual de Saúde em caráter de urgência.

“O promotor falou que o Estado tem que garantir, pois esse é um direito nosso. Ele fez um ofício e mandou para a diretora do HGV e para a Secretaria de Saúde, em caráter de urgência. Ele disse que acredita em uma negativa e, se houver, entrará com uma ação judicial contra o Estado”, finaliza.

Por: Isabela Lopes - Jornal O Dia
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