Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Piauiense fez história ao ser goleiro titular no São Paulo e quase ir para Seleção

Antônio Pádua Soares, o Toinho, vestiu a camisa tricolor no primeiro título brasileiro do São Paulo, em 77.

26/04/2024 às 09h51

26/04/2024 às 09h51

Na galeria de ídolos do São Paulo Futebol Clube, os goleiros possuem um lugar especial. Nomes como Zetti, Waldir Peres e mais recentemente o de Rogério Ceni fazem parte de uma galeria de memoráveis arqueiros tricolores. Mas um goleiro piauiense tem um lugar especial na lembrança dos torcedores tricolores: Antônio Pádua Soares, o Toinho. Ele foi titular da equipe em alguns jogos em 77, ano do primeiro título do Tricolor Paulista no Campeonato Brasileiro.

Antônio de Pádua Soares, o Toinho, ex-goleiro do São Paulo - (Assis Fernandes / O Dia) Assis Fernandes / O Dia
Antônio de Pádua Soares, o Toinho, ex-goleiro do São Paulo

Se hoje, conseguimos contar nos dedos a quantidade de atletas piauienses jogando na Série A do Brasileirão, imagine alcançar este feito nos longínquos anos 70. Toinho pode dizer que conseguiu se destacar nacionalmente. “Naquela época, a dificuldade para um atleta sair daqui do Piauí, do Nordeste para uma equipe de São Paulo ou do Rio de Janeiro era imensa. Eu saí do Tiradentes - que tinha feito um bom campeonato e competia em nível nacional -, e eu havia me destacado no time local. O São Paulo estava precisando de um goleiro, por que o Waldir Peres estava na Seleção Brasileira”, contextualiza o ex-jogador.

A oportunidade de ir para um time nacional se tornou realidade na vida de Toinho. E a titularidade veio mais rápido do que se imaginava. “Ao chegar lá, eu consegui a titularidade porque o Waldir estava na Seleção Brasileira. Foi quando ele foi cortado da Seleção e voltou ao São Paulo. A solução que a comissão técnica encontrou para a função de goleiro foi fazer um ‘revezamento’. Eu ficava como titular três vezes e ele outras três vezes, no Campeonato Brasileiro”, conta. 

Toinho, goleiro do São Paulo no primeiro título do Campeonato Brasileiro, em 77. - (Reprodução) Reprodução
Toinho, goleiro do São Paulo no primeiro título do Campeonato Brasileiro, em 77.

Porém, lesões e contusões começaram a aparecer na carreira do jovem atleta. Uma fratura no braço o afastou dos gramados por pelo menos um mês. E o seu concorrente pela vaga de titular acabou tendo vantagem na disputa pela camisa número 1. O destaque de Toinho quase o levou para a Seleção Brasileira com a saída de Waldir Peres. Mas novamente, uma lesão o tiraria da disputa pela posição de uma vaga.

“Com a saída do Waldir Peres, eu fiquei entre os quatro goleiros já para uma convocação da Seleção Brasileira. Mas no jogo entre Portuguesa x São Paulo eu sofri uma pancada no olho e fiquei com uma suspeita de descolamento da retina, o que para um goleiro é algo muito sério. Fiquei afastado e quando voltei já estava no banco do São Paulo”, lembra.

Contudo, nem as lesões impediram o goleiro piauiense de fazer história no clube paulista. Além de campeão brasileiro de 1977, Toinho esteve no elenco que foi bicampeão paulista (1980 e 1981), algo que ele considera importante para a carreira pessoal, mas também para o Piauí. “É importante para mim e para o Piauí de maneira geral. Quando se tem um atleta piauiense em uma equipe de ponta como o São Paulo, é importante para o Estado, para o ego do piauiense, você está contribuindo para o engrandecimento do Estado”. 

Hoje, aos 71 anos, Toinho se dedica a descobrir e formar novos atletas no Estado. Possui uma escolinha de futebol, no campo do Bariri, na Vila Operária, zona Norte de Teresina. As boas lembranças do passado contrastam com a realidade do futebol de base do Piauí, que por falta de investimentos não desenvolve suficientemente os talentos do futebol masculino e feminino, existentes no Estado.

Toinho acredita que a o Piauí possui muitos talentos que precisam ser "revelados e lapidados". - (Assis Fernandes / O Dia) Assis Fernandes / O Dia
Toinho acredita que a o Piauí possui muitos talentos que precisam ser "revelados e lapidados".

Mas ele segue firme no trabalho com as escolinhas de base, repassando o conhecimento de décadas de experiência como jogador, treinador e formador de atletas. “O jogador se destaca aqui nas escolinhas de bairro, por que não se tem categorias de base no Piauí. Agora atletas bons nós temos! Muitos estão jogando no Ceará, indo para o Flamengo do Rio, para o Botafogo... Precisamos dar valor aos goleiros e aos atletas e geral que temos aqui. Precisamos de investimentos para trabalhar bem essa garotada”.

Sobre o Dia do Goleiro

Dono da posição mais ingrata do futebol, sempre sujeito a situações extremas – transita entre a glória de defesas impossíveis e a fatalidade de uma falha decisiva -, o goleiro tem um dia especial para ser reverenciado: 26 de abril. É assim desde 1976, por iniciativa de dois ex-professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, os oficiais Raul Carlesso e Reginaldo Pontes Bielinski. Um dos pioneiros no trabalho específico para goleiros no Brasil, Carlesso foi o primeiro preparador de goleiros a integrar a comissão técnica da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo (durante o Mundial da Alemanha, em 1974).

Taffarel na Copa do Mundo de 1998, na França - (Divulgação) Divulgação
Taffarel na Copa do Mundo de 1998, na França

O sucesso da iniciativa o motivou a criar o Dia do Goleiro, celebrado inicialmente em 14 de abril de 1975. A data seria alterada no ano seguinte e segue assim até hoje, extensiva também às mulheres que atuam na posição. A mudança teve um propósito, o de homenagear o goleiro Haílton Corrêa Arruda, conhecido como Manga, que na época ostentava o título de campeão brasileiro pelo Internacional. Manga orgulha-se de seu currículo vencedor: fez carreira no Sport, Botafogo, Grêmio e Coritiba, além do Internacional. Ele nasceu em 26 de abril de 1937.

Manga faz parte de uma extensa lista de grandes goleiros do futebol brasileiro ao longo de décadas. Só para citar exemplos de vários deles que brilharam e ainda brilham nos gramados: Joel, Germano, Batatais, Barbosa, Castilho, Gylmar, Félix, Leão, Waldir Peres, Carlos, Taffarel, Marcos, Dida, Júlio César e Alisson, entre tantos outros. Pelas mulheres, figuram também no pedestal os nomes de Meg, Andreia e Bárbara – as três fizeram história com a camisa da Seleção Brasileira.

_________

Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.