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“Três anos de terror, angústia e medo”, diz Rayanne Adorno após prisão de Malik Roy

Rayanne Adorno conta que as ameaças iniciaram após o término do relacionamento com o francês, em 2019, e nunca mais cessaram

21/07/2022 12:44

Alívio! Esse é o sentimento da modelo piauiense Rayanne Adorno após saber que o ex-companheiro, o francês Malik Tony Roy, de 47 anos, foi preso pela Polícia Civil  de Santa Catarina e do Piauí no último dia 15. A prisão ocorreu em um supermercado da cidade de Itajaí. Malik perseguia a ex-companheira com ameaças e ataques em redes sociais por não aceitar o término do relacionamento.

Em entrevista à O DIA TV, Rayanne Adorno relatou que viveu os últimos três anos com medo, já que Malik chegou a vir à Teresina para persegui-la. Os ataques ocorreram tanto pelas redes sociais como pessoalmente, e que amigos e familiares também foram importunados pelo francês, com quem teve um relacionamento em 2019.

Rayanne Adorno relata que vivia com medo e recebia constantes ameaças (Foto: Reprodução/redes sociais)

“Depois que ele foi preso eu senti um alívio. Há três anos que eu estava esperando por este momento. Foram três anos de terror, angústia e medo, e agora eu vi que teve um retorno. Já tinha perdido as esperanças de que alguma coisa fosse ser feita, porque o problema disso tudo era encontrar ele e saber onde ele estava. Ainda bem que encontraram e que ele possa pagar pelo crime que cometeu”, disse a modelo.

Rayanne Adorno conta que as ameaças iniciaram após o término, em 2019, e nunca mais cessaram. Segundo a modelo, Malik Roy constantemente a agredia verbalmente e já chegou a arremessar objetos contra ela. Ainda morando em Budapeste, na Hungria, a piauiense registrou boletim de ocorrência por injúria. Temendo por sua segurança Rayanne voltou para o Brasil.

“Eu pensava que voltando para cá ele me deixaria em paz ou aceitaria o que aconteceu, mas ele também veio para o Brasil atrás de mim, cerca dois meses depois. Ele sabia meu endereço em Teresina, ficava mandando a localização dele e atualizações dizendo que estava perto de mim, como uma forma de me assustar, e também nas redes sociais, para meus amigos, familiares e pessoas próximas a mim. O mais assustador é que eu não sabia onde ele estava e eu ficava com medo, porque ele poderia estar em qualquer lugar”, relata.

Malik Roy foi preso em Santa Catarina no último dia 15 de julho pela Polícia Civil (Foto: Divulgação/PC-SC)

A modelo enfatiza que registrou todas as ameaças e fez boletins de ocorrência em cada contato feito pelo ex-companheiro, de acordo com a gravidade da perseguição, de modo a servir como provas para o agressor. Rayanne Adoro comenta que no início do relacionamento Malik Roy tinha outro comportamento amigável e que tanto ela como pessoas próximas do francês ficaram surpresas pela agressividade que ele vinha apresentando.

“Quando a gente se relaciona com uma pessoa ela mostra o melhor lado, não tem como a gente saber se aquela pessoa é ruim se a gente não conviver com ela. Ele era bem diferente, muito amigável, tanto que ninguém percebeu de início. O difícil é denunciar e continuar denunciando, principalmente o Crime de Stalking, pois é um crime novo, que a pessoa pode estar em outro país, do meu lado, e praticando este crime”, acrescenta.


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“Temos que nos unir”, diz Rayanne sobre denúncias de violência contra a mulher

Para Rayanne Adorno, ver que Malik Roy foi preso pelos crimes e ameaças que cometia demonstra que a justiça está sendo feita. Por isso, a modelo orienta que as mulheres que sofrerem qualquer tipo de violência devem denunciar, para que o agressor não fique impune. 

“Primeiro de tudo é saber identificar: como que mudou? Porque sempre muda! As agressões não começam com a pessoa batendo em você, agredindo fisicamente. As agressões começam aos poucos, com uma voz alterada, xingamentos, tratar mal, então, são pequenas agressões que, aos poucos, vão se tornando  cada vez mais intensas. Saber identificar no começo, se sair e fazer as denúncias, e não colocar o pé para trás, não deixar que a negatividade leve, porque até eu, em vários momentos da minha vida, pensei em desistir, mas tive apoio de outras mulheres. Temos que nos unir, o feminicídio está aí e não podemos fechar os olhos para isso”, frisa.


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A modelo espera agora que a Justiça seja feita e que Malik responda pelos crimes cometidos. “Espero uma sensibilidade [da Justiça]. Foi uma prisão preventiva, ainda tem muita coisa para acontecer. Minha vida não vai voltar ao normal como eu queria, mas me deu um alívio e espero que isso ajude em outros casos, que isso se resolva o mais rapidamente”, completou a piauiense.

Entenda o caso

O caso ganhou repercussão em 2020, quando a modelo Rayane Adorno usou suas redes sociais relatar as ameaças que vinha sofrendo após Malik Tony não aceitar o término do relacionamento, que ocorrera há mais de um ano.

As investigações que resultaram na prisão Malik Tony Roy iniciaram assim que a modelo piauiense prestou queixas pelos crimes de ameaça e difamação nas redes sociais. No Piauí foi registrado boletim de ocorrência na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam Sudeste). Em suas ações criminosas, Malik proferia ameaças e xingamentos racistas contra a vítima, perseguindo incessantemente a jovem.

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