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Detento é assassinado dentro de cela Casa de Custódia

Pelo menos mais dois assassinatos já foram registrados este ano no presídio.

01/05/2015 10:04

Um rapaz de 25 anos identificado como Wesley Feitosa de Carvalho foi assassinado a golpes de barra de fero dentro da cela 17 do Pavilhão D da Casa de Custódia. O crime aconteceu na madrugada desta sexta-feira (01), uma semana após agentes encontrarem outro preso morto durante o banho de sol no presídio. Somente este ano, pelo menos mais três detentos foram assassinados na Custódia.

Segundo Kleiton Holanda, diretor administrativo do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Wesley foi encontrado morto durante a primeira revista do dia nas celas. “A perícia contou pelo menos nove perfurações no corpo dele”, diz Kleiton. O IML e a Delegacia de Homicídios encontram-se neste momento na Casa de Custódia para colher as primeiras informações do crime.

De acordo com Sinpoljuspi, a cela onde Wesley estava tem capacidade para apenas 40 presos, mas abrigava pouco mais de 100. O Sindicato pontua ainda que a Casa de Custódia, como um todo, encontra-se superlotada. “A capacidade total do presídio é de apenas 333 presos, mas atualmente nós estamos chegando à marca dos 900, ou seja, quase três vezes o máximo que a estrutura suporta”, afirma Kleiton Holanda.

O clima na Casa de Custódia ficou tens, de acordo com ele, após outros detentos saberem da morte de Wesley. Homens da PM foram chamados até o presídio para tentar conter os ânimos dos presos que começavam a se agitar dentro das celas.

Outras ocorrências

O Sinpoljuspi informou que, apenas esta semana, tiveram mais duas tentativas de homicídio em celas da Casa de Custódia. Na primeira, há três dias, vários presos ameaçaram tirar a vida de um companheiro de cela alegando falta de espaço. Já na madrugada de quarta (29) para quinta-feira (30), agentes retiraram um detento do Pavilhão C que estava amordaçado e ferido. Os outros presos também lhe ameaçavam de morte. Neste último caso, o rapaz foi levado em estado grave para o HUT onde permanece sob escolta policial.

No primeiro dia do ano, o detento Marcelo Alves dos Santos foi assassinado a golpes de barras de ferro em uma das celas da Unidade Prisional. Em fevereiro,  No último dia 23, e esperantinense Djavan Fernandes Cabral foi encontrado morto pelos agentes durante o banho de sol no presídio. Ele foi assassinado a golpes de barras de ferro no Pavilhão I do Presídio. 

2015 também já teve duas mortes de detentos por causas naturais nos presídios piauienses. No começo de janeiro, um detento, de nome Cleiton Ferreira da Silva, morreu na Penitenciária Irmão Guido após uma úlcera que tinha ter estourado.  Em fevereiro, Clemilton Carvalho de Sousa foi encontrado morto em uma cela do Pavilhão I da Casa de Custódia após sofrer um infarto.

Na manhã do último dia 22, uma rebelião na Penitenciária Regional Luiz Gonzaga Rebelo, em Esperantina resultou na morte de dois detentos do pavilhão C. Luiz Marcos da Costa, vulgo Pimentinha, natural de Esperantina, e Francisco das Chagas Costa, conhecido como Boné Carrapicho, natural de Piripiri, foram mortos durante a confusão. 

Sindicato denuncia superlotação de Distritos Policiais

Para o Sindicato dos Agentes Penitenciários, a superlotação dos presídios acarreta uma série de problemas no sistema carcerário piauiense e um deles se reflete na superlotação de Delegacias e Distritos Policiais. De acordo com o diretor administrativo, Kleiton Holanda, os DP’s de Teresina abrigam um total de 100 presos, sem contar com a Central de Flagrantes que fechou a semana passada com 91.

Kleiton alega que, mesmo com a inauguração do Presídio de Altos, o problema não será totalmente resolvido, uma vez que a capacidade total da nova penitenciária será de apenas 134 presos. “Se você somar a Central mais a Polinter e outros Distritos, verá que a superlotação do sistema carcerário do Piauí é muito superior”, finaliza Kleiton.

O PortalODia.com tentou contato com a Secretaria de Justiça e Secretaria de Segurança do Estado para tratar do assunto, mas ainda não obteve retorno.

Edição: Nayara Felizardo
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