O patrimônio do engenheiro Zwi Skornicki, preso preventivamente nesta segunda-feira (22), no Rio de Janeiro, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, aumentou 35 vezes em 10 anos. Segundo informações obtidas pelo Jornal Nacional, seu patrimônio declarado passou de R$ 1,8 milhão para R$ 63 milhões.
Na primeira vez em que a operação levou a Polícia Federal à casa de Zwi Skornicki, em 5 de fevereiro de 2015, os agentes recolheram na garagem subterrânea cinco carros importados e valiosos. Nesta segunda, em outros endereços do suspeito de ser operador de propinas da Petrobras, foram apreendidos pelo menos mais dez.
Polícia Federal chega a construtora Odebrecht na 23ª fase da Operação Lava Jato (Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil / Fotos Públicas - 22/02/2016)
Modelos antigos, de colecionador, estavam na mansão da Região Serrana do Rio de Janeiro. A PF não divulgou o número exato.
Tudo isso se junta a 48 obras de arte de pintores famosos, apreendidas há um ano. Algumas, expostas no Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba.
Por nota, a defesa do engenheiro declarou que só vai falar nos autos do processo e que considera a prisão desnecessária, já que desde a 9ª fase da operação, há mais de 1 ano, ele sempre esteve no brasil e à disposição para prestar esclarecimentos.
Os três devem chegar à carceragem da PF, em Curitiba, ainda nesta segunda-feira. Já Maria Lúcia deve chegar apenas na terça (23).
Desse total, Santana teria recebido US$ 3 milhões de offshores ligadas à Odebrecht , entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014. O engenheiro também foi preso na 23ª fase. Ele é apontado como operador do esquema.
A assessoria da empresa de João Santana diz que o advogado Fábio Tofic divulgará no início desta tarde um comunicado sobre o pedido de prisão.
"Há o indicativo claro que esses valores têm origem na corrupção da própria Petrobras. É bom deixar isso bem claro, para que não se tenha a ilusão de que estamos trabalhando com caixa 2, somente", diz o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Carlos Fernando dos Santos Lima.
O MPF fez um novo pedido de prisão preventiva de Marcelo Odebrecht, mas ele foi indeferido pelo juiz Sérgio Moro. Segundo o procurador Carlos Lima, há indícios de que o empresário tentou transferir funcionários para o exterior, para dificultar as investigações em torno da Odebrecht.
Esta etapa da Lava Jato identificou novos operadores de propina na empreiteira: Hilberto Mascarenhas Alves Silva Filho e Luiz Eduardo Rocha Soares. Eles faziam os pagamentos ilegais por meio das offshores Klienfeld e Innovation, ligadas à Odebrecht, segundo as investigações.
Nela, havia um contrato entre a offshore Shellbill, que tem sede no Panamá e a PF acredita ser de Monica, e a Innovation, ligada à Odebrecht.
A carta indicava caminhos para fazer pagamentos. Havia números de contas do Citibank em Nova York e em Londres, que, na verdade, correspodiam a uma conta na Suíça. O banco permitia operações em dólar e euro por meio de contas conveniadas nos Estados Unidos e no Reino Unido. "O dinheiro foi depositado através dessas contas correspondentes, mas o beneficiário final foi a sua conta na Suiça", disse Filipe Pace.
A PF suspeita que Santana comprou um apartamento de R$ 3 milhões em São Paulo com o dinheiro que recebeu da Odebrecht.
Fonte: G1