A bancada do Partido Progressista (PP) na Câmara dos
Deputados fechou questão
para votar contrária à admissibilidade da denúncia que a
Procuradoria Geral da União
(PGR) apresentou contra Michel Temer (PMDB). Para o
partido, não há provas consistentes que comprovem o envolvimento do Presidente com
a bolsa de dinheiro carregada
pelo deputado Rocha Loures
(PMDB).
A votação vai ocorrer primeiramente na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ),
na próxima sexta-feira (14) e,
segundo o deputado Mainha
(PP), o partido só mudará o
voto se a Procuradoria apresentar alguma evidência do cometimento de crime por parte de
Michel Temer. Para o deputado
piauiense, o órgão se precipitou ao oferecer a denúncia.
Deputado Mainha (PP) diz que, na avaliação do partido, não há provas contra o presidente Temer (Foto: Elias Fontenele/ O Dia)
“Analisamos que não há provas, não conversas do Presidente com relação ao dinheiro,
com relação à mala que Loures
carregava. Tinha que ser investigado o destino daquela mala,
para onde foi o dinheiro, mas,
de maneira rápida, se fez a denúncia. Tivemos o afastamento de uma presidente, agora
querem tirar o Michel [...] as
consequências disso não são
razoáveis”, afirmou Mainha.
De acordo com o deputado, o voto do relator Sergio
Zveiter (PMDB-RJ) também
não apresentou indícios de
corrupção passiva cometidos
por Temer. “Ele disse no voto
que há dubiedade na atitude
do presidente, mas, na dúvida,
todo mundo é inocente. Só é
condenado quando há provas”,
pontuou.
Mainha afirmou que o processo não passa no plenário
da Casa, pois, segundo o parlamentar, muitos dos deputados são advogados e possuem
conhecimento sobre a constituição. “Vão usar o princípio
constitucional, não vão votar
por bom senso. Dos deputados
do Piauí, por exemplo, apenas
três votam a favor da denúncia: Assis Carvalho, por razões
óbvias; Rodrigo Martins, que
mudou de voto; e ouvi dizer
que Silas Freire também votará a favor”, finalizou.
“Câmara não tem condição moral”, diz Silas
Freire sobre votação de processo contra Temer
Em levantamentos divulgados anteriormente, Silas
preferiu não anunciar como
se posicionaria diante da denúncia contra Temer, mas,
na última terça-feira (11),
ele declarou que vai votar a
favor do andamento do processo. Agora, dos 10 deputados federais do Estado, três
votarão favoráveis.
Silas justificou o voto afirmando que Temer deve ser
julgado pelo órgão competente. “A Câmara vai apenas
liberar para o fórum apropriado. Com tantos envolvimentos em escândalos,
eu acho que a Câmara não
tem condição moral de fazer qualquer julgamento. O
julgamento tem que ser feito pela Justiça, como é feito
com qualquer cidadão comum”, explicou.
Silas é suplente da deputada Rejane Dias, Secretária
de Educação do Estado. O
presidente do PT, deputado
Assis Carvalho, afirmou que
tentaria convencê-la a reassumir a cadeira na Câmara
para participar da votação e
ajudar a aprovar a denúncia.
Mas, no mesmo período, Rejane Dias deve realizar uma
viagem oficial com o governador Wellington Dias (PT)
ao Canadá e não irá participar da votação.
Em pesquisas realizadas
pela imprensa nacional, os
deputados Átila Lira (PSB)
e Mainha (PP) se manifestaram contra a denúncia; Herá-
clito Fortes (PSB) e Iracema
Portella (PP) não quiseram
se pronunciar; Júlio César
(PSD), e Paes Landim (PTB)
disseram que não sabem
como irão votar; e o deputado Marcelo Castro não respondeu ao questionamento.
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Por: Ithyara Borges