O ano era 2017, a Caravana Lula pelo Brasil percorria todo o
estado do Piauí com o ex-presidente, de ônibus, aquecendo a sua pré-campanha
política para 2018. Em Teresina Lula fez um grande ato com políticos,
apoiadores e militantes. Seis meses depois, em abril de 2018, o ex-presidente se
entregava a Polícia Federal para cumprir a sentença de prisão expedida pelo
ex-juiz Sérgio Moro onde ficaria por 580 dias, até novembro de 2019. Quatro
anos depois Lula volta ao Piauí nesta terça (17) e mais uma vez o ex-presidente
busca em solo piauiense se fortalecer na disputa para a presidência em 2022.
Apesar das reviravoltas políticas e a vitória do presidente
Jair Bolsonaro com uma base política fortemente estruturada sob o antipetismo,
Lula volta ao estado com a popularidade em crescimento após a anulação de suas
condenações pelo Supremo Tribunal Federal. A expectativa, de acordo com membros
do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores, é que o ex-presidente possa
fortalecer a pré-campanha de Rafael Fonteles ao governo do estado, além de robustecer
a sua própria imagem para a eleição de 2022.
Na última sexta em entrevista a CBN de Santa Catarina, Lula mais
uma vez defendeu o combate a desigualdade de renda e a maior taxação de impostos
aos ricos, pauta histórica de seus dois mandatos que deve ser a tônica de sua
passagem pelo Piauí.
“Hoje temos 19 milhões de brasileiros passando fome e outros 24 milhões em situação de insegurança alimentar. Ou seja,
pessoas que não estão conseguindo ingerir as calorias necessárias. Esse é o
dado concreto que nós temos que combater. Temos de incluir o pobre no orçamento
e o rico no imposto de renda.Temos uma predominância do trabalho intermitente, do bico. É assim que
está vivendo o povo brasileiro hoje. “Precisamos de políticas públicas sólidas para criar emprego,
é a forma mais justa de fazer com que a sociedade viva bem” afirmou o
presidente.

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Protestos
Do outro lado do espectro político o clima é outro. Pelas
redes sociais vários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro prometem protestos
contra o ex-presidente Lula, principal responsável, segundo eles, pela corrupção
no país nos últimos anos. A promessa é que a semana do aniversário de Teresina
seja um prenúncio do que veremos em 2022 com embates políticos intensos e uma
polarização histórica na eleição presidencial.
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