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Ziza critica preconceito religioso na Assembleia: “a nossa Bíblia é a constituição”

O parlamentar atacou membros da CCJ que arquivaram seu projeto que liberaria o uso de medicamentos a base de maconha

09/12/2021 10:19

O deputado estadual Ziza Carvalho (PT) voltou a  atacar duramente os membros da Comissão de Constituição e Justiça, da Assembleia Legislativa do Piauí, que derrubaram o seu projeto que criaria a política estadual de uso de medicamentos a base de cannabis. Segundo o deputado  a decisão foi tomada por “preconceito religioso” e parlamentares teriam arquivado a matéria com medo de levar a discussão ao plenário. No último dia 30 de Novembro a CCJ votou favorável ao relatório do deputado Júlio Arcoverde (Progressistas), relator da matéria, que recomendou o arquivamento do projeto.

Indignado Ziza cobrou empatia dos deputados e criticou a presença da moral e da fé religiosa que estaria ditando os rumos do parlamento. “É preciso que os parlamentares se coloquem no lugar das pessoas que precisam do medicamento, só quem sofre na pele sabe a necessidade deste medicamento. Teve muito foi preconceito, a forma açodada que foi votada foi para matar sem maiores discussões, muitos não querem botar a cara para dizer que estão votando contra. Infelizmente os preconceitos religiosos, trazendo uma moral da sua fé para dentro do parlamento, o que não é conveniente. Nosso estado é laico, precisamos separar nossa fé do nosso tratamento legislativo. Nossa bíblia dentro do parlamento é a constituição e as leis. Sou cristão como qualquer outro e sei separar”, criticou o deputado.  

O político confirmou que no início da nova legislatura, em 2022, reapresentará o projeto da mesma forma como foi apresentado este ano e defendeu a legalidade e a constitucionalidade da matéria. “É inadmissível que 20 mil crianças portadoras de epilepsia, por exemplo, precisem importar um medicamento caro como esse. Reapresento o mesmo projeto a partir do próximo ano legislativo, dia 02 de fevereiro, na primeira sessão da casa. Infelizmente o projeto foi açodadamente votado e arquivado no âmbito da comissão de constituição e justiça. A CCJ analise apenas constitucionalidade, não mérito, o projeto já foi votado e sancionado em diversos estados do Brasil, portanto é uma matéria que deveria ser aprovado sem objeção” concluiu. De acordo com a legislação da Assembleia um projeto que tenha sido arquivado só poderá ser analisado novamente em uma nova legislatura.

FOTO: Thiago Amaral/Ascom Alepi

Pastor Gessivaldo nega preconceito religioso

Maior representante da bancada religiosa no legislativo piauiense, o deputado Pastor Gessivaldo, que é líder de uma instituição evangélica, negou que tenha ocorrido qualquer preconceito religioso na análise do projeto. “Eu não fui relator, não estava presidindo e apenas votei. O relator foi o deputado Júlio Arcoverde, o que ele trouxe para a CCJ foi algo de concreto que mostrou a inconstitucionalidade do projeto. Não tomei postura de mérito, procuro sempre me manter dentro da constituição. Não acho que foi preconceito religioso, se tivesse preconceito seria de um membro, dois, não teve preconceito, teve inconstitucionalidade”, finalizou o político. 

FOTO: Thiago Amaral/Ascom Alepi


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