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"œNão tinha nem ideia que as pessoas ainda eram tão boas", diz moradora

Hoje, na noite posterior a tragédia, Maria Helena se diz feliz por ver que a solidariedade das pessoas tem ajudado aqueles que perderam tudo

06/04/2019 11:31

Por mais de 24horas, dona Maria Helena Silva, 56 anos, disse não conseguir esquecer a cena do volume água que viu atingir sua casa. “Escutei o barulho, quando olhei pra fora, era aquela água podre descendo com prato, panela e todo tipo de bagulho. Eu pensei que todo mundo ia morrer”, relembra com a voz ainda alarmada ao falar da cena da enxurrada que atingiu o Parque Rodoviária, zona Sul de Teresina, na noite de quinta (4). Na casa que dividia com três filhas e seis netos, todos se salvaram. Hoje, na noite posterior a tragédia, Maria Helena se diz feliz por ver que a solidariedade das pessoas tem ajudado aqueles que perderam tudo, a continuar sobrevivendo. “Eu não tinha nem ideia que as pessoas ainda eram tão boas no tempo que a gente vive”, se emociona.


Dona Maria Helena, 56 anos, conseguiu salvar as filhas e seis netos que ocupavam a casa destruída pela água da enxurrada (Foto: Poliana Oliveira)

A senhora e outras famílias ocupam um alojamento na igreja Nossa Senhora Maria Auxiliadora, local que se tornou o principal ponto de coleta dos donativos destinados às famílias da localidade atingidas pela tragédia.

Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (SEMCASPI), 68 famílias foram cadastradas para receber doações e serem encaminhados a projetos de acolhimento mantidos pela Prefeitura de Teresina.

Maria Helena, que é uma das primeiras moradoras do Parque Rodoviário e viu sua casa ser completamente destruída pela enxurrada, diz que não pretende sair do local. “A minha vida está aqui. Cheguei quando não tinha nada e ergui meu barraquinho. Hoje, já tem os meninos na creche, sou eu que cuido da igreja, será que vão querer me mandar pra longe? Eu quero ficar aqui perto dos meus”, afirma.

No local, ela e outras centenas de pessoas tem dependido das doações de alimentos, roupas, colchões e demais itens de limpeza e higiene para continuar tocando a vida. No alojamento que Helena ocupa, ela começa a refazer a vida a partir da solidariedade que chega de todas as zonas da cidade. “A gente se sente abraçado por essas pessoas”, finaliza.

Doações

Segundo as equipes de organização dos donativos, até a manhã deste sábado (6), a maior quantidade de itens doados eram de roupas e alimentos, mas voluntários reforçam a solicitação de móveis e eletrodomésticos que serão encaminhados às famílias que perderam tudo. Os itens podem ser entregues na própria sede da paróquia localizada no Parque Rodoviário.

Por: Glenda Uchôa
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