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Candidatos devem intensificar campanha eleitoral a menos de 15 dias da votação

As pesquisas apontam que o eleitorado costuma se decidir às véspera do pleito, diz cientista Vitor Sandes

31/10/2020 10:03

Neste domingo (1), estaremos a exatos 15 dias das Eleições 2020, data em que os brasileiros irão escolher seus representantes municipais. Só no Piauí, foram cerca de 10.194 pedidos para registro de candidaturas em cidades piauienses. Desse total, 723 são prefeitos e vereadores que disputam a reeleição neste pleito e que devem intensificar suas atividades nestes últimos dias de campanha.

“Principalmente os candidatos a vereador, pois as pesquisas apontam que o eleitorado costuma se decidir às vésperas do pleito, diferente da disputa para prefeito, onde os eleitores conseguem ter uma avaliação mais clara ao longo do tempo”, avalia Vítor Sandes, professor do curso de Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Foto: Arquivo/ODIA

Esse ano o número de pessoas interessadas em participar das disputas municipais em todo o estado é 3% maior se comparado com as eleições de quatro anos atrás, em 2016. Para Sandes, esse crescimento está relacionado, dentre outras coisas, com o fim das coligações proporcionais, uma das novas regras eleitorais que estreiam na edição deste ano.


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“Isso muda muito o campo estratégico e gera uma série de consequência. Por exemplo, nos municípios maiores os partidos tenderam a lançar mais candidaturas, porque precisam eleger vereadores, enquanto nas cidades pequenas as siglas tiveram uma certa dificuldade para formar chapas”, afirmou o docente.

No Piauí, o Progressistas (PP) é a agremiação política com mais candidaturas próprias, 1.933, enquanto o Partido dos Trabalhadores (PT) possui 1.547 nomes concorrendo e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) outros 1.437, três siglas partidárias que já se movimentam para disputar o Governo do Estado em 2022. O perfil desses candidatos é, em sua maioria, formado por homens (66,7%) autodeclarados pardos (62,2%), entre 30 e 59 anos (78,3%), e com apenas o ensino fundamental completo (33,8%). Outros 1.406 não completaram o segundo grau ao passo que, destes, 3,5% informaram que apenas leem e escrevem.

Pandemia impactou cronograma e plataforma de propostas dos candidatos, avalia cientista político Por conta da crise sanitária causada pelo novo coronavírus (Covid-19), o calendário eleitoral, definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda em dezembro do ano passado, foi modificado após o Congresso Nacional aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

O cronograma inicial elaborado pela Justiça Eleitoral previa que o primeiro turno das disputas municipais aconteceria no dia 4 de outubro, e o segundo, em 25 do mesmo mês, porém, deputados federais e senadores adiaram as respectivas datas para os dias 15 e 29 novembro.

Para Vítor Sandes, cientista político e professor doutor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o contexto atípico de uma pandemia em meio a uma disputa eleitoral não pressupõe particularidades apenas ao processo em si, mas também no debate de propostas apresentadas à população.

 “Estamos realizando uma eleição durante um evento bastante raro na história da humanidade que, além de alterar o calendário e a dinâmica eleitoral, impacta as discussões, que estão centradas em duas questões principais, saúde e economia, mas também na educação por conta da questão do retorno das aulas”, avalia.

 A perspectiva era que o corpo a corpo fosse ser evitado ou suspenso neste panorama de crise em saúde, o que não ocorreu. Muitas cidades, desde o período das convenções, registraram aglomerações e episódios de desrespeito às restrições impostas pelas autoridades para controlar a disseminação da doença.

Além de implicações judiciais e administrativas, Sandes considera que, a depender da localidade, o desrespeito às regras sanitárias pode resultar em prejuízo eleitoral.

 “A insistência em uma campanha de rua em uma cidade ou região em que houve um descontrole da pandemia, pode gerar uma comunicação muito negativa para o eleitorado”, pontua.

Pesquisas apontam indefinição e possibilidade de 2º turno

Em Teresina, maior colégio eleitoral, a disputa municipal em 2020 reúne 13 candidatos na corrida ao Palácio da Cidade. Desse total, três nomes aparecem tecnicamente empatados na liderança de intenção de votos entre os teresinenses: Kleber Montezuma (PSDB), Dr. Pessoa (MDB) e Fábio Abreu (PL).

Na consulta estimulada, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, o representante tucano lidera com 22,5%, enquanto o emedebista foi citado por 21,9% do público e o ex-secretário estadual de Segurança Pública com 19,7%, empatados se considerado a margem de erro da pesquisa que é de 4,1 pontos percentuais para mais ou para menos.

Em quarto lugar, está Fábio Novo (PT), com 5,76%. Gessy Fonseca (PSC) aparece com 0,88%; seguida por Diego Melo (Patriota), com 0,75%, mesmo percentual de Simone Pereira (PSD). Fábio Sérvio (Pros) aparece com 0,38% na pesquisa e Pedro Laurentino (UP) com 0,13%, índice igual ao de Mário Rogério (Cidadania) e Lourdes Melo (PCO). Gervásio Santos (PSTU) e Lucineide Barros (PSTU) não pontuaram.

Esse é o cenário apontado na última pesquisa do Instituto O Dia, realizada entre os dias 14 e 15 de outubro, nas zonas urbana e rural da capital, com um coeficiente de confiança de aproximadamente 90% e registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) com o número PI04294/2020.

Por: Breno Cavalcante
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