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Em audiência, acusados exigem que vítima não fale sobre ameaças homofóbicas

Irmandade Homofóbica: o advogado de defesa de Lucas e Djael Veríssimo disse que coordenadora do Matizes já se referia aos réus como condenados antes mesmo da sentença.

29/03/2018 09:05

A defesa dos irmãos Djael e Lucas Veríssimo, réus no processo da Irmandade Homofóbica, pediu que a vítima do caso, a coordenadora do Grupo Matizes, Marinalva Santana, se abstenha de falar sobre o caso até que a sentença seja proferida pela juíza Valdênia Marques. O pedido foi feito ao final da audiência de instrução ocorrida ontem (28) na 9ª Vara Criminal de Teresina.

De acordo com a advogada do Grupo Matizes, Carmem Ribeiro, a defesa dos réus, feita pelo advogado Paulino Brandim, solicitou que Marinalva não dê mais qualquer declaração pública a respeito do processo, alegando que, nas vezes em que fez isso, ela colocou os réus na posição de condenados pela Justiça, o que estaria causando transtornos na vida pessoal dos irmãos.


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“Ele alegou que a Marinalva estaria antecipando a condenação do Lucas e do Djael nas entrevistas que concedeu. No entanto, ela estava apenas mostrando o posicionamento dela enquanto vítima e esse pedido, nós como acusação, não podemos aceitar, porque se trata de tentativa de silenciamento de uma das partes”, destacou Carmen.

O pedido foi feito logo após as testemunhas de defesa e acusação serem ouvidas. A juíza Valdênia Marques, que presidiu a audiência, não se manifestou a respeito da solicitação do advogado e deu a sessão por encerrada imediatamente após sua fala. O Ministério Público, representado pelo promotor Assuero Stevenson, também não se pronunciou quanto ao pedido da defesa dos irmãos Veríssimo.


A coordenadora do Grupo Matizes, Marinalva Santana, recebeu ameaças publicadas nas redes sociais (Foto: Moura Alves/O Dia)

Uma próxima audiência sobre o caso foi marcada para o dia 31 de julho. Djael e Lucas respondem ao processo em liberdade e são réus por crime de intolerância e apologia ao nazismo, podendo pegar uma pena de até 10 anos de reclusão, segundo a Promotoria de Justiça da 9ª Vara.

Entenda

O processo da Irmandade Homofóbica corre na Justiça desde 2014, quando Marinalva Santana, coordenadora do Grupo Matizes, recebeu uma série de ameaças publicadas nas redes sociais. Com palavras de intolerância e incitação ao ódio, as mensagens foram rastreadas pela polícia, que acabou chegando aos irmãos Lucas e Djael Veríssimo. O primeiro já era réu em outro processo, acusado de apologia ao nazismo e discriminação contra negros, judeus e LGBT.

Por: Maria Clara Estrêla
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