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Galeria a céu aberto causa transtornos aos moradores do bairro Satélite

A realidade de quem mora na Rua Estrela é de mau-cheiro, acúmulo de lixo, falta de pavimentação e acessibilidade, além de insegurança

12/12/2021 08:50

Os moradores da Rua Estrela, localizada no bairro Satélite, zona Leste de Teresina, estão tendo que conviver com sujeira, mau-cheiro e uma completa falta de acessibilidade. Isso porque a via é cortada em quase toda sua extensão por uma galeria que corre a céu aberto, espalhando mau odor e causando uma série de transtornos para quem vive no entorno. Quando chove, a situação se torna ainda mais complicada.


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Na galeria, além do problema do esgoto exposto, a própria população contribui para a sujeira, jogando todo tipo de lixo e até mesmo carcaças de animais mortos. Por conta da galeria, até o acesso ao local é difícil. Quem vem pela Rua Talma Iran Leal a pé e precisa acessar a Rua Estrela, o faz por meio de um caminho de terra batida aberto na margem direita da galeria. Quem vem de carro ou moto, precisa entrar na Rua Júpiter, vira na Rua Saturno e só então acessa a Rua Estrela.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

“Carro pequeno não entra aqui, moto também não entra se estiver chovendo. Quando jogam lixo na boca da galeria e chove, fica tudo acumulado nas portas das casas e fica com mau-cheiro. Do outro lado, o esgoto passa é dentro do terreno das casas e ninguém nunca tomou uma providência. Todo ano dizem que tem projeto de arrumar isso aqui, mas nunca fazem nada”, reclama o senhor Antônio de Oliveira Lima, que mora há 20 anos em uma casa no cruzamento das ruas Saturno e Estrela.


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A situação é ainda mais crítica para Jefferson Lima, que vive em uma casa que ele mesmo construiu às margens da galeria porque não tinha outro local para morar com a família. Quando cai uma chuva mais forte, ele conta que o medo de desabamento é grande, sobretudo pela quantidade de água que desce pelo esgoto vindo das ruas mais altas.

“Tem medo de cair sim, mas vamos para onde? Quando eu cheguei aqui, a pilha de lixo era mais alta que a casa, eu mandei limpar e eu mesmo construí essa casa e botei meus filhos e minha mulher dentro. Falaram que iam fazer uma mureta de pedra para isolar a galeria, mas nunca fizeram nada e, no período do inverno, além do risco de deslizar a terra, ainda tem a quantidade de água que desce toda lá de cima e aqui embaixo alaga tudo. As bocas da galeria no final da rua são pequenas demais para a água poder correr”, relata Jefferson.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Falta de pavimentação

Além dos transtornos com o lixo, do mau-cheiro e risco de deslizamento de terra, os moradores do entorno da Rua Estrela com Saturno no bairro Satélite convivem também com a falta de pavimentação nas vias. No cruzamento das duas ruas, o calçamento tem pedras soltas, o que aumenta o risco de acidentes tanto com quem vem de automóvel, quanto com quem anda a pé.

Jefferson conta que ele mesmo, com a ajuda dos outros moradores, teve que tapar um buraco com o resto de asfalto de uma obra que acontecia no bairro. “A gente mesmo se juntou e pediu lá o asfalto para poder passar aqui, porque o buraco era grande e todo carro que vinha tinha problema para passar. E ainda tem outro porém: se a pessoa vem em alta velocidade lá de cima e não frear, vai parar é dentro da galeria, como já aconteceu antes”, diz o morador.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Insegurança

Do outro lado da Rua Talma Iran Leal, os moradores também convivem com a galeria a céu aberto passando dentro do terreno de suas casas, é outro problema que chama a atenção: a insegurança. É que como a Rua Estrela não possui pavimento, o que dificulta a passagem de veículos, o local é comumente usado como rota de fuga por criminosos, que se aproveitam que as viaturas da polícia não conseguem entrar.

De acordo com o morador Fabiano da Costa e Silva, que vive no local há 40 anos, há pessoas que moram ali precisando com urgência da estruturação da via até pelo direito básico da mobilidade.

“Tem uma pessoa cadeirante que mora lá no final da rua e toda vez que ele precisa sair de casa, somos nós que ajudamos, pegamos no braço e levamos. Têm idosos morando aqui que ficam sem ter como ir e vir porque não tem nenhuma acessibilidade. Fora os marginais que, quando dá de noite, aproveitam que aqui não passa carro para fugir e procurar esconderijo. É uma situação penosa e que dura desde que eu cheguei aqui, só aí se vão quatro décadas”, conta.


Fabiano da Costa diz que o problema na Rua Estrela já dura quatro décadas - Foto: Assis Fernandes/O Dia

O outro lado

A reportagem do PortalODIA.com procurou a Superintendência de Ações Administrativas Descentralizadas Leste (Saad Leste) para perguntar quais projetos estão sendo planejados para a Rua Estrela no bairro Satélite e quando eles devem ser executados. O órgão disse apenas que encaminharia a demanda para a gerência responsável. 

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