Agora que as máscaras deixaram de ser obrigatórias em ambientes abertos e fechados em Teresina, a previsão é de
queda também nos rendimentos de quem apostou nelas como o ganha-pão. Se por um
lado o acessório que se tornou básico nos últimos dois anos de pandemia trouxe
lucro para muitos autônomos da Capital, por outro, com a flexibilização da medida, a dinâmica
da economia das ruas foi impactada. Os negócios que comercializam o produto
estão amargando prejuízos.

Pessoas circulam sem máscara no Centro de Teresina. Foto: Assis Fernandes/ODIA
A autônoma Samara Machado trabalha
no Centro de Teresina há mais de sete anos. Ela viu o faturamento despencar com
a flexibilização do uso de máscara. Segundo ela, durante a pandemia, eram
vendidas, em média, entre 30 a 50 máscaras por dia. Hoje, apenas duas saem e a
jovem teve que procurar outros produtos para suprir as vendas perdidas.
“A venda de máscaras praticamente
não existe mais. A gente vendia, em média, de 30 a 50 máscaras por dia. Agora,
só vende três, no máximo. Para suprir as vendas, temos que colocar outras
mercadorias. Hoje o preço da máscara é R$ 5. Às vezes vendemos duas por R$ 5 e,
mesmo assim, ainda não conseguimos vender”, conta.

Foto: Assis Fernandes/ODIA
Uma das alternativas encontradas
por ela foi vender água de coco. “Eu vendo água de coco e, por enquanto, tem
sido uma alternativa no Centro. Além disso, estamos colocando meias,
carregadores de celular e até fones de ouvido”, completa.

“Tive um restaurante por mais de 20 anos e fechei na pandemia para
vender máscaras. Agora, vou ter que me reinventar de novo”, diz autônomo.
Depois de fechar o restaurante na
Zona Sul de Teresina por causa da pandemia e viver da venda de máscaras há dois
anos, Cleanto de Araújo, de 47 anos, terá que se reinventar novamente. É que as
vendas do produto em seu ponto, no Centro, caíram cerca de 70% com as novas
medidas. Ele ainda não sabe o que vai vender depois que a pandemia passar.
“Eu tinha um restaurante, passei
20 anos trabalhando e com a pandemia eu fechei. Com esse baque, tive que me reinventar
passando para este ramo de máscaras. Agora, começou a cair o movimento e vou
ter que procurar outra maneira de me reinventar. Só aqui no meu ponto, as
vendas já caíram 70% e isso já impacta bastante no meu orçamento,
principalmente, com o aumento do preço do combustível e dos alimentos”, conta.

Com as incertezas do futuro, ele
já começou a estudar outros produtos para vender. “Estou estudando outros
produtos para suprir esta necessidade. E isso tudo fica ainda mais prejudicado
com a greve dos ônibus porque as pessoas não estão procurando o Centro para
comprar. Apesar disso, eu acredito que parte da população vai usar máscaras por
um tempo, que vai ser o que eu vou ter para pensar outra alternativa”, disse.
Teresina anunciou o fim da obrigatoriedade
do uso de máscaras em ambientes abertos e fechados no dia 28 de março. Essa foi
a última etapa da liberação do equipamento de proteção na cidade. Com a decisão
pelo fim da obrigatoriedade, a capital piauiense passou a fazer parte
do grupo de capitais que flexibilizaram o uso da proteção facial. O produto
passou a ser obrigatório no Piauí no dia 22 de abril de 2020.
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