O rompimento do senador Elmano Ferrer (PTB) com o governo federal demonstra claramente que a ocupação de cargos é o que realmente importa na política. Eleito com mais de 980 mil votos na mesma coligação que apoiava Dilma Rousseff (PT), Elmano Ferrer assumiu o mandato em fevereiro deste ano e teve várias oportunidades para romper com o Governo federal.
Ele poderia ter alegado que está rompendo com o Governo porque Dilma Rousseff (PT) está fazendo tudo ao contrário do que ela anunciou na campanha. Afinal de contas, diminuir direitos dos trabalhadores, cortar orçamento da educação e saúde eram coisas que fariam parte de um governo de Aécio Neves (PSDB), e não do PT.
Elmano Ferrer também poderia alegar no Piauí, Dilma Rousseff venceu as eleições de 2014 com mais de 1 milhão de votos, que 8 dos 10 deputados federais piauienses estão votando no Congresso de acordo como quer o Governo e em troca disso, o Piauí não tem recebido nada. Um exemplo é que no pacote de investimentos de R$ 190 bilhões anunciados por Dilma na semana passada, nenhum centavo será destinado ao Estado. Isso sem falar que o Piauí perdeu a indicação para a presidência do Banco do Nordeste e consequentemente, os investimentos previstos pelo BNB no Piauí devem diminuir consideravelmente.
Mas, como o que importa são os cargos públicos, Elmano Ferrer não fez questão de esconder que está rompendo com o Governo Federal sim, mas porque seu indicado para ocupar a superintendência regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – Dnit foi demitido do cargo antes mesmo de assumir. Ribamar Bastos chegou a ter uma portaria de nomeação para o cargo publicada no Diário Oficial da União, mas hoje (15), ela foi revogada.