O monomotor Cessna 172, que caiu na noite do dia 16 de dezembro do ano passado, no aeroporto de Teresina, sofreu uma falha no motor.
Esse foi um dos fatores contribuintes identificado pela equipe do Serviço Regional de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Seripa) para o acidente que matou quatro pessoas.
As vítimas foram os alunos do curso de formação de pilotos da Faculdade CET (Centro de Educação Tecnológica), Marcus Escórcio, Marcos Ronald, Guilherme Rodrigues e o instrutor Rodrigo Viana, do aeroclube do Ceará, que dava aula de instrução de voo quando a aeronave caiu.
Fotos: Jailson Soares/ODIA
Segundo o assessor técnico do Seripa I, que abrange toda a região Nordeste, exceto o Maranhão, coronel José Roberto Mendes, o relatório técnico realizado por uma equipe de São Paulo foi recebido há cerca de 40 dias. �€œAgora estamos nos dedicando exclusivamente na investigação desse acidente aéreo e aprofundando as pesquisas�€, disse o coronel.
A investigação concluiu que a falha ocorreu no cilindro número seis, que entrou em colapso. �€œO avião estava em uma fase crítica do voo, demandando muita potência do motor. Com o peso que tinha, o monomotor não conseguiu prosseguir em voo, perdeu potência abruptamente e em consequência houve perda do controle�€, conta o coronel José Roberto.
Agora, a investigação prossegue no sentido de identificar os outros fatores contribuintes para o acidente. �€œUma ocorrência dessa é sempre envolta de outras coisas mais complexas. A falha do motor não está relacionada só à manutenção da aeronave. Tem que rever questões como a instrução de voo, se estava adequada, e fatores como o excesso de passageiros�€, disse o coronel.
O regulamento dos aeroclubes proíbe que haja passageiros a bordo em voos de instrução, como aconteceu na ocasião do acidente com o monomotor em Teresina, quando tinha o instrutor e mais três alunos. O adequado é que estejam apenas o professor e um aluno.
Para concluir as investigações, o Seripa vai se aprofundar nos questionamentos enviados à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Alguns já foram respondidos e outros estão sendo pesquisados. �€œQueremos saber se a inspeção da aeronave poderia ter identificado o problema no motor. A gente acredita que sempre é possível evitar uma falha que poderia incorrer em acidente aéreo. Mas não é tão fácil descobrir determinados problemas�€, ressalta José Roberto.
Sobre os outros fatores contribuintes para a queda do Cessna 172, o assessor técnico do Seripa destaca que acidentes aéreos normalmente acontecem por falta de cumprimento das normas. �€œAviação requer disciplina e quando a gente foge de algum procedimento, você entra em um grau de vulnerabilidade�€, disse o coronel.