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Polícia e TJ investigam participação de quadrilha em fraude de concurso

TJ vê possibilidade de anular o concurso, caso a polícia identifique formação de quadrilha e danos maiores ao certame.

21/12/2015 12:08

* Correção: Inicialmente, esta matéria informava que a Operação Afronta, da Polícia Federal, havia descoberto fraudes em diversos concursos realizados pela FGV. No entanto, os certames foram organizados, na realidade, pela Fundação Carlos Chagas. A correção foi feita às 16h30 desta terça-feira (22).


O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ) e a polícia estão investigando a participação de outras pessoas na fraude do concurso realizado ontem (20). Até o momento, apenas uma mulher, de nome Eveline Mariane Oliveira Ferreira, ainda se encontra presa por não colaborar com as investigações. Ela é natural de São Paulo e fazia o concurso para o cargo de enfermeira. Os outros envolvidos já foram liberados mediante pagamento de fiança. São eles: um adolescente de 17 anos, uma mulher de nome Bárbara de Oliveira, Francisco Alves da Silva, todos naturais de Teresina; e Wallace Araújo Reis, natural de Floriano.

Segundo o presidente do TJ, desembargador Raimundo Eufrásio, a investigação continua no sentido de identificar se existe a participação de uma quadrilha ou se foram casos isolados. "Até agora só foram identificadas essas cinco pessoas tentando fraude no certame. O certo é que o fato será investigado, porque esse é um concurso sério e não vamos admitir irregularidades", disse o desembargador. 

Foto: Andrê Nascimento/ODIA

Das cinco pessoas que foram presas, uma estava com falsa documentação e os demais receberam mensagens no celular. Esses aparelhos foram apreendidos para identificar quem estava passando as respostas aos investigados. O desembargador Raimundo Eufrásio questionou o fato desses candidatos terem passado com o celular pelo detector de metais. "Isso é algo para a gente ficar reflexivo", destacou.

O presidente do TJ informou também que, se polícia constatar a participação de uma quadrilha que cause danos maiores ao certame, o Tribunal vai se reunir para deliberar sobre a possível nulidade do concurso. "Não queremos deixar ninguém aflito ou conformado. Vamos esperar o resultado da apuração pela polícia", concluiu o desembargador. A organizadora do concurso foi a Fundação Getúlio Vargas.

Recentemente, a Polícia Federal informou que está investigando uma organização criminosa acusada de fraudar 42 concursos para acesso a 64 cargos públicos realizados entre 2010 e 2015 para vagas em 30 tribunais, além de autarquias e Assembleias Legislativas. A investigação, desdobramento da Operação Afronta, é a maior já realizada nessa área pela PF. A quadrilha teria se infiltrado em vários concursos, boa parte deles realizados pela Fundação Carlos Chagas.

As fraudes teriam ocorrido em certames de cinco Tribunais Regionais Federais, 14 Tribunais Regionais do Trabalho e 11 Tribunais Regionais Eleitorais.

Por: Maria Clara Estrêla com informações de Nayara Felizardo
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