Os agentes penitenciários de plantão na penitenciária Irmão
Guido conseguiram interceptar seis celulares, carregadores, baterias e uma
porção de maconha, durante a tarde de domingo (6). O material seria arremessado
de fora para dentro da penitenciária por pessoas contratadas pelos detentos.
Além desse flagrante, no dia anterior (5), os agentes conseguiram evitar a entrada de uma faca, um punhal e diversos chips de celular, que também seriam arremessados por sobre o muro da mesma unidade. Segundo o relato de um agente penitenciário, esse tipo de crime tem se tornado mais comum nos finais de semana, quando a quantidade de agentes e policiais militares diminui.
As informações são do presidente do Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes penitenciários do Piauí), José Roberto Pereira. Segundo ele, diariamente há pessoas tentando fazer entrar objetos ilícitos dentro das penitenciárias do Piauí.
Celulares interceptados pelos agentes penitenciários no último domingo (6) (Foto: Reprodução)
“No final de semana, na Irmão Guido, a atividade é menor, e o número de pessoas que podem vigiar e perceber algo estranho diminui. Essas pessoas contratadas pelos detentos para arremessarem esses materiais ilícitos veem nisso uma facilidade. Mas não é apenas no final de semana, acontece em todos os dias, de manhã, à tarde e à noite”, relata o presidente do Sinpoljuspi.
Os materiais mais flagrados pelos agentes são celulares, carregadores, pilhas, facas, serras e garrafas de bebida alcoólica, mas de acordo com José Roberto, já foram encontradas munições entre objetos que seriam arremessados por cima do muro das unidades prisionais.
“Nosso medo é de que também tenham armas com presos dentro das celas das prisões do Piauí, que poderia causar, em algum motim ou rebelião, um confronto armado entre os detentos e os agentes e PMs”, disse José Roberto. “Afinal, qual a serventia da munição se eu não tenho a arma?”.
O plantão da penitenciária Irmão Guido, durante o final de semana, conta com apenas seis agentes penitenciários para exercer funções dentro do presídio. Segundo José Roberto, o número reduzido já impede que algumas atividades internas da penitenciária sejam executadas, e os agentes precisam ainda patrulhar as áreas externas. “Esta não é uma atribuição nossa. Os agentes já são poucos para dar conta dessa sobrecarga de trabalho, e ainda tem que ficar se preocupando com algo que não é da nossa alçada”, disse.
Edição: Karliete NunesPor: Andrê Nascimento