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Concurso do TJ: candidatos suspeitos de fraude acertaram apenas 70% da prova

Segundo a polícia, 30% do gabarito comprado estava com as respostas erradas.

15/01/2016 16:47

O Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) informou que os candidatos detidos por suspeita de fraude no concurso do Tribunal de Justiça do Piauí  (TJ-PI), acertaram apenas 70% da prova. Os outros 30% das questões apresentavam respostas erradas, de acordo com o delegado Kleydson Ferreira, que coordena as investigações. A Polícia Civil pretende concluir o inquérito na semana que vem, quando todas as informações serão repassadas ao desembargador Raimundo Eufrásio, presidente do TJ.

Em conversa com o PortalODia.com, o delegado Kleydson disse que o gabarito comprado pelos suspeitos da fraude não é o oficial da organizadora do exame, mas foi elaborado por alguém que respondeu antes a prova e lhes repassou as alternativas tidas como corretas.

“Eu não sei se esses 70% da prova seriam suficientes para aprovação ou não, mas o fato é que eles não tinham o gabarito oficial e, de certa forma, tudo saiu ao contrário do planejado, porque pensaram que aquilo lhes garantiria a aprovação. Nem se não tivesse sido pegos, talvez esses 70% de acerto não garantisse que ninguém passasse”, disse o delegado.

Ainda de acordo com o delegado, quatro pessoas foram indiciadas por fraude. Tratam-se daquelas que foram pegas em flagrante portando celulares e recebendo as respostas no dia do concurso.

O PortalODia.com tentou contato com o presidente do Tribunal de Justiça para comentar o inquérito da polícia, mas não obteve sucesso. Em dezembro do ano passado, dois dias depois da descoberta do esquema fraudulento, o desembargador Raimundo Eufrásio disse que não via necessidade de anular o certame , uma vez que considerava as tentativas de fraude insuficientes para prejudicar os 40 mil candidatos.

Entenda o caso

No dia 20 de dezembro do ano passado, quatro pessoas foram presas em flagrante quando realizavam a prova do Concurso do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), recebendo as respostas em seus aparelhos celulares. Um quinta pessoa foi detida por ter apresentado documentação falsa. 

Os candidatos presos foram identificados como Eveline Mariane Oliveira Ferreira, natural de São Paulo, que fazia o concurso para o cargo de enfermeira; um adolescente de 17 anos; uma mulher de nome Bárbara de Oliveira, Francisco Alves da Silva; todos naturais de Teresina; e Wallace Araújo Reis, natural de Floriano.

Três dias depois da descoberta do esquema fraudulento, o TJ-PI disse que vão anularia o certame, a menos que fosse confirmado a atuação de uma quadrilha que causasse danos maiores aos outros candidatos . Em um documento assinado pelo seu diretor comercial, a Fundação Getúlio Vargas , responsável pelo concurso, disse que foi informada de uma tentativa de fraude por falsidade ideológica na semana de aplicação da prova. Em nota, a organizadora garantiu que tomou todos os procedimentos de segurança preventivos e afirmou que identificou com 100% de precisão os possíveis candidatos beneficiados com a fraude.

Em 23 de dezembro, a Polícia Civil, através do delegado Luciano Alcântara, informou que iria pedir, junto à Justiça, a quebra do sigilo telefônico dos suspeitos da fraude . Segundo o delegado, ainda não seria possível saber a quem pertencia o número do telefone que estava trocando mensagens com os candidatos. 

Por: Maria Clara Estrêla
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