Secretários dos municípios de Alvorada do Gurgueia e de Eliseu Martins, na região do Vale do Gurguéia, tiveram que prestar esclarecimentos à Polícia Civil pelas acusações de furto de energia flagrada em prédios públicos do município. Foram conduzidos à delegacia o secretário de Administração de Alvorada do Gurgueia, William Guimarães Vital Ferreira (foto ao lado), e o secretário de Desenvolvimento Urbano de Eliseu Martins, Erivan Alves Vilanova. Os dois foram liberados em seguida.
A operação do Grupo de Repressão ao Crime Organizado, em conjunto com a Eletrobras, contou com 21 viaturas com equipes compostas por técnicos, engenheiro, líderes de regional, seis agentes policiais, um escrivão, um perito e um delegado, além do suporte de segurança patrimonial da empresa.
O prefeito de Alvorada do Gurgueia, Luís Ribeiro Martins, admite que autorizou a realização de ligações irregulares no prédio onde funcionam as secretarias de saúde, educação, assistência social, cultura e a sede da prefeitura. “A Eletrobras está cobrando contas que a administração não deve. Eles mandavam cortar e eu mandava religar”, disse Martins.
Já o prefeito de Eliseu Martins, Marcos Aurélio Guimarães, explica que o furto de energia encontrado pelos policiais foi em um terreno que a prefeitura doou para a Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado, onde foi cavado um poço. “O funcionamento desse poço que era feito através da ligação clandestina de energia”, disse o prefeito.
Uma mulher e dois eletricistas foram presos.
Já uma senhora que teve a energia cortada e fez uma ligação irregular foi autuada em flagrante e precisou pagar fiança para ser liberada. Segundo o delegado do Greco, Kleydson Ferreira, a mulher alegou que a conta estava vindo errada e que fez reclamações. “Mas ela não comprovou que estava havendo uma cobrança indevida pela Eletrobras. O que ficou caracterizado foi o desvio de energia que havia na residência”, disse o delegado.
Outro flagra realizado durante a operação foi de dois eletricistas. Segundo o delegado Kleydson Ferreira, eles realizaram uma manutenção sob a alegação de que a rede de iluminação pública estaria há mais de 10 dias funcionando de maneira ininterrupta, mas nada de oficial teria sido comunicado à Eletrobras.
Eles foram enquadrados no art. 265 do Código Penal, que trata sobre atentado contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública, com pena de um a cinco anos e multa. O crime é inafiançável, por isso os dois ficaram presos
No primeiro dia da operação foram realizadas 16 inspeções diretas em consumidores e destas, em 15 foram constatados desvio, furto ou intervenção irregular na rede.
As fiscalizações são realizadas com base em reclamações recorrentes por falta de energia, decorrentes justamente de intervenções não autorizadas de terceiros na rede de distribuição.