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Organização criminosa desviou verba da educação em Prata do Piauí

Polícia Federal deflagrou operação contra grupo que teria desviado cerca de R$ 2.730.000 de recursos do FUNDEF. Segundo a CGU, o prejuízo identificado é de cerca de R$ 4,5 milhões

26/10/2017 09:20

A Polícia Federal do Piauí deflagrou, na manhã de hoje (26), uma grande operação para desarticular uma organização criminosa que estaria se beneficiando de recursos federais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, o FUNDEF, na cidade de Prata do Piauí. Segundo nota da Polícia Federal, pelo menos R$ 2.730.000 que seriam destinados à educação foram desviados.

A operação cumpre 13 mandados de prisão e seis de condução coercitiva contra os membros da organização criminosa, suspeitos de cometer crimes de apropriação e/ou desvio de recursos públicos, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro. 

A investigação revelou que empresas, tendo como sócios parentes do ex-prefeito Antônio Parambu, usados como laranjas, foram utilizadas para a ocultação de patrimônio do político. A lavagem de dinheiro ocorria através de uma farmácia e um posto de combustíveis.

Em dezembro de 2016, o município recebeu R$ 2.849.823 oriundos de uma ação judicial contra a União, referente a diferenças na complementação para o FUNDEF no período de 1998 a 2004. Levantamentos iniciais demonstraram indícios de irregularidades na movimentação desses recursos.

Obras fantasmas

Além disso, a Controladoria Geral da União apurou que obras não executadas teriam sido utilizadas como justificativa para a realização de transferências de recursos a empresas. Parte dessas empresas era de fachada, e usadas pelo ex-prefeito Antônio Parambu para lavagem de dinheiro. Segundo nota da CGU, os donos das organizações “laranjas” são parentes próximos do ex-prefeito.

Até o momento, segundo a CGU, o prejuízo identificado é de cerca de R$ 4,5 milhões e envolve pagamentos com recursos do precatório do Fundef, recebidos pelo município em dezembro de 2016, e os pagamentos realizados a empresas de fachada durante a gestão do ex-prefeito. As investigações também abrangem membros da Comissão Permanente de Licitação do município e empresários, que receberam pagamentos indevidamente entre 2013 e 2016.

Operação

Um total de 110 policiais federais atuam nos estados do Piauí, Maranhão e Ceará. Além dos mandados de prisão, serão cumpridos 21 mandados de busca e apreensão. Os alvos se localizam nas cidades de Caxias e Timon, no Maranhão, Teresina, Demerval Lobão, Prata do Piauí, Crateús, Independência, Parambú e Tamboril, no Ceará. 

Também foi determinada a apreensão de veículos de luxo, sequestro de bens e bloqueio de contas dos principais envolvidos no esquema. 

O nome com que a operação foi batizada, Argentum, é a palavra em latim para o elemento químico prata, em referência à cidade que foi alvo da ação da organização criminosa.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento
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