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Presos por fraudar concurso dos Bombeiros também fraudaram concurso do TJ

Organização criminosa desarticulada na Operação Veritas, em 2015, já havia fraudado o certame dos Bombeiros Militares em 2014. Polícia cumpre hoje 142 mandados na Operação Vigiles.

17/11/2016 07:13

Atualizada ás 10h47min

Até o momento, 27 pessoas foram presas pela Operação Vigiles, que desarticulou uma quadrilha acusada de fraudar o concurso do Corpo de Bombeiros, ocorrido ainda no ano de 2014. A informação é do delegado Geral de Polícia Civil Riedel Batista. Segundo o delegado, 19 deles já participavam do curso de formação do Corpo de Bombeiros.


A Polícia Civil, através do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) deflagrou nas primeiras horas da manhã de hoje uma operação, denominada Vigiles, para desarticular a quadrilha que fraudou o concurso do Corpo de Bombeiros do Piauí, ocorrido em 2014. Parte do grupo preso nesta ação já havia sido preso também na Operação Veritas, deflagrada no ano passado por fraudar o concurso do Tribunal de Justiça do Estado. Segundo o coordenador do GRECO, delegado Carlos César Camelo, foi a investigação da Operação Veritas que permitiu chegar aos presos de hoje da Operação Vigiles.


Foto: Divulgação/SSP-PI

Estão sendo cumpridos 36 mandados de prisão, 35 mandados de condução coercitiva e 71 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça através do juiz Luiz de Moura Correia, da Central de Inquéritos de Teresina. Até o momento, 20 pessoas foram presas e estão sendo conduzidas para a sede da Academia de Polícia (Acadepol) onde são autuadas.


Foto: Divulgação/SSP-PI

“São pessoas que fraudaram o certame e obtiveram o gabarito dos Bombeiros de forma irregular e através da mesma organização que fraudou o concurso do TJ. Alguns haviam sido liberados posteriormente à Operação Veritas por meio de ordem judicial e agora foram presos novamente envolvidos na organização criminosa do concurso dos Bombeiros”, explica o delegado Carlos César.


Foto: Moura Alves/O Dia

O delegado geral de Polícia Civil do Piauí, Riedel Batista, complementa a informação do GRECO e afirma que os acusados tanto da Operação Veritas quanto da Operação Vigiles são pessoas que vivem de tentar burlar concursos, alguns atuando como intermediários entre o candidato e os líderes do grupo, e outros obtendo e repassando os gabaritos. “Há envolvidos que são pagos só para responder as provas e gerar o gabarito mais correto possível. Geralmente pessoas que já tem certa experiência em certames, que já foram aprovados em outros. É uma quadrilha bem complexa”, diz Riedel.

A polícia conseguiu chegar aos supostos envolvidos no esquema através de material enviado pelo NUCEPE, que notificado da suspeita de fraude, identificou os candidatos que preencheram o gabarito de forma idêntica, algo que, segundo o GRECO, é quase impossível de acontecer. “É como as chances de duas pessoas desconhecidas apostarem exatamente os mesmos números na loteria. É quase zero a possibilidade de alguém preencher as mesmas alternativas que outro candidato numa prova e acertar e errar as mesmas questões”, explica o delegado.

Os alvos dos 36 mandados de prisão e dos 35 de condução coercitiva haviam sido aprovados no concurso e já estavam fazendo o curso de formação dos Bombeiros Militares. O PortalODia.com tentou contato com a Corporação para se pronunciar sobre as medidas a serem tomadas, mas nenhum representante foi encontrado até o momento.

Por: Maria Clara Estrêla
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