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Polícia prende mais cinco pessoas na Operação Propinagem

Dona de frigorífico clandestino e proprietário de madeireira estão entre os detidos.

14/07/2015 14:11

O Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) cumpriu mais cinco mandados de prisão preventiva durante a manhã de hoje (14) em Teresina dando seguimento às investigações da Operação Propinagem, deflagrada ontem (13) para desarticular uma quadrilha que atuava com esquema de propina na Secretaria de Fazenda do Estado.


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De acordo com o delegado Carlos César Camelo, do Greco, dentre os presos deste segundo dia de operação estão a proprietária de um frigorífico clandestino na estrada que liga Teresina a Nazária, e dois empresários da Madeireira Leal, que possui sede em Teresina. “Quatro dos presos se apresentaram espontaneamente no Greco acompanhados de seus advogados. Como já havia mandados de prisão em aberto contra eles, acabaram detidos”, explica o delegado.

A dona do frigorífico foi presa em sua residência também em cumprimento a um mandado de prisão preventiva. Estão detidos e prestando depoimento no Greco: Stanley Adriano da Silva Teixeira, técnico da SEFAZ do posto da Tabuleta; Jonas Leite de Sousa, técnico da SEFAZ do posto de Pedro II; Manoel Araújo Leal, proprietário da Madeireira Leal; Guilhermy de Sousa Santos, gerente da Madeireira Leal; e Lucimar Pereira da Silva, dona de um frigorífico clandestino na saída de Teresina.

Stanley Adriano da Silva é o técnico que foi flagrado pelos agentes do Greco rasgando bilhetes de cálculo de impostos nos fundos do posto de fiscalização da tabuleta. O delegado Carlos César diz que ouviu a defesa do técnico e esta alega que nem todos aqueles que foram mostrados nos vídeos divulgados pela polícia estão realmente envolvidos no esquema. “Dizem que ele é inocente, mas nós temos imagens, várias imagens dele rasgando os bilhetes e negociando com representantes das empresas e outros técnicos”, diz o delegado Carlos César.

Ao todo, 15 pessoas já foram presas na Operação Propinagem e a polícia afirma que todos os mandados de prisão expedidos já foram devidamente cumpridos. 

Entenda o caso

Na manhã de ontem (13), a Polícia Civil do Piauí deflagrou a a Operação Propinagem para prender técnicos e empresários integrantes de um esquema de pagamento de propina dentro da Secretaria de Fazenda. O grupo atuava em postos fiscais localizados em cidades como  Pedro II, Juazeiro do Norte (Ceará), Teresina e Piripiri permitindo que caminhões das empresas que pagassem por fora passassem sem qualquer fiscalização ou cobrança de impostos. Em alguns casos, os técnicos rasgavam os bilhetes de dados das cargas que permitiriam o cálculo do imposto previsto em lei.

Dez pessoas foram presas na ação de ontem. São elas Luiz José Leite Bringel, Danilo Sampaio Bringel e Saulo Bringel Sampaio. Eles são proprietários da empresa de refrigerantes Relva e também possuem farmácia e distribuidora em Juazeiro do Norte, no Ceará. Os técnicos da SEFAZ: Antonio Martins Damasceno Filho - irmão do ex-prefeito de Barras, Manin Rego -, Francisco José dos Santos Costa e Joaquim Vieira Filho, todos técnicos de fiscalização volante. Do posto da Tabuleta foram detidos Charles de Lima Cavalcante, Francisco José de Sales Filho e Deusdeth Ferreira Lima. Em Pedro II, o técnico de fiscalização Alberto Terceiro Neto.


SINTFEPI

Em nota, o Sindicato dos Técnicos da Fazenda Estadual do Piauí (SINTFEPI) informou que acionou e colocou à disposição dos técnicos fazendários a Assessoria Jurídica do Sindicato para entrar com pedido de habeas corpus e revogação das prisões temporárias, uma vez que somente a conclusão das investigações pode comprovar ou não as supostas irregularidades.

O SINTFEPI ressaltou que abomina qualquer tipo de ilicitude e que a categoria, que atua em todo o Piauí na arrecadação de impostos, é honrada, digna e competente. "Por fim, o Sindicato se colocou à disposição da polícia para contribuir com as investigações, para, depois disso, caso seja comprovada alguma irregularidade, os responsáveis possam ser responsabilizados legal e administrativamente, tudo como prevê a Lei", diz a nota.


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