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Pais de menino encontrado dentro da Major César são ouvidos por delegado

Sebastiana Rodrigues Gomes e Gilmar Francisco Gomes chegaram ao 14º DP de Altos por volta do meio dia e estão sendo ouvidos separadamente.

03/10/2017 11:56

Atualizada às 16h11min

Os pais do menino de 11 anos encontrado debaixo da cama de um detento na Penitenciária Major César, em Altos, foram localizados nesta terça-feira (03) e estão sendo ouvidos durante toda a tarde de hoje pelo delegado Jarbas Lima, no 14º Distrito Policial do Município.

O pai, identificado como Gilmar Francisco Gomes, e a mãe, de nome Sebastiana Rodrigues Gomes, estão conversando separadamente com o delegado e, segundo um agente da delegacia, que preferiu não se identificar, há contradições nos depoimentos. Além dos pais, também se encontram no 14º DP a criança e o preso dono da cama debaixo da qual o menino estava escondido.

Os depoimentos estão sendo tomados desde o meio dia e ainda não há previsão para que terminem. Segundo o agente do DP de Altos, o delegado Jarbas Lima está tentando entender porque o menino foi deixado dentro da Major César, se ele teria entrado sem ser visto pelos pais, que deram por sua falta depois, ou se houve a conivência de algum deles para a entrada da criança.


O delegado Jarbas Lima está colhendo o depoimento dos pais do menino encontrado dentro da Major César

A Secretaria de Justiça também está apurando o caso, uma vez que o menino teve acesso à área interna do presídio durante a visita realizada no último sábado (30). A criança estava escondida debaixo da cama de um detento acusado de estupro, no entanto os exames feitos no IML não atestaram qualquer tipo de violência.

Iniciada às 11h56min

Uma equipe de policiais civis da delegacia de Altos está à procura dos pais e do menino de 11 anos que foi encontrado no último domingo (01) dentro da Colônia Agrícola Major César, debaixo da cama de um homem preso por estupro de vulnerável.

Segundo o delegado Jarbas Lima, titular da delegacia de Altos, os pais foram liberados da Central de Flagrantes sem prestar depoimentos. O delegado disse ainda que o menino passou por um exame de corpo de delito. O resultado foi negativo para conjunção carnal, mas ele não descarta que o menino possa ter sofrido outro tipo de abuso. “Um ato libidinoso pode ser tipificado como crime de estupro de vulnerável, sim”, disse.

O caso aconteceu durante a visita do último sábado (30). A criança teria entrado na colônia penal acompanhada dos pais, durante o período de visitas. Depois que saíram, os adultos deixaram o menino no local. Segundo informações do Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí), ele foi resgatado por volta de 1h30min da madrugada de domingo, quando os agentes plantonistas receberam uma denúncia interna. O menino  foi encontrado debaixo do estrado da cama do detento José de Ribamar Pereira Lima.


A criança foi encontrada debaixo da cama de um detento dentro da Penitenciária Major César

Como o caso ocorreu durante o final de semana, a família foi levada para Central de Flagrantes, em Teresina. O menino passou pelo exame e depois foi liberado junto com os pais. “Infelizmente, o delegado da Central de Flagrantes não pegou nenhum depoimento”, comenta o delegado Jarbas Lima. “Ele poderia ter autuado os pais em flagrante, já que não viu o crime em relação ao detento”. 

No entendimento do delegado, os pais da criança podem ter incorrido em dois crimes: o de abandono de incapaz e por submeter a criança a vexame ou constrangimento.

Além dos pais, outras pessoas também serão ouvidas, como agentes penitenciários e o próprio detento. Se constatado o crime de abuso, ele responderá por um novo processo de estupro de vulnerável. 

O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público, juntamente com o Conselho Tutelar, já que o menino é de Teresina. 

A Secretaria de Justiça abriu um sindicância para apurar o caso e apontar responsáveis pelo ocorrido. A investigação deve ser concluída em, no máximo, 30 dias.

De acordo com o secretário de Justiça, Daniel Oliveira, paralelamente à sindicância aberta pela Secretaria de Justiça, um inquérito policial sob o caso está em curso na Polícia Civil. “Temos informações preliminares sobre o caso e as investigações irão identificar o que, de fato, ocorreu. Atuaremos, com agilidade, para identificar e punir os responsáveis, nos termos da Lei”, afirma Daniel Oliveira.

Amanhã (4), o secretário se reunirá com a comissão do Conselho Tutelar de Teresina para tratar sobre o caso.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento e Maria Clara Estrêla
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