O juiz federal Sergio Moro ficará em silêncio sobre carta publicada na semana passada na qual criminalistas criticam a Operação Lava Jato. Moro acha que a missiva é uma provocação feita a ele para que entre numa discussão. Moro sabe que só teria a perder se comprasse a briga.
Na sexta-feira, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) saiu em defesa de Moro e respondeu à carta dos advogados afirmando que era “falatório”.
A carta aberta de advogados com críticas à Lava Jato se refere à operação como uma "neoinquisição", e gerou reação imediata da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Em nota, a associação faz uma defesa veemente do juiz Sergio Moro e alega que a Lava Jato "coroa um lento e gradual processo de amadurecimento das instituições republicanas brasileiras". A Ajufe diz ainda que o trabalho da Justiça Federal no caso é "imparcial e exemplar" e sugere que os defensores "atiram ilações contra a lisura do processo".
"Aludir genericamente a violações de regras do 'justo processo' sem a correspondente ação judicial reparatória é mero falatório, fumaça, que não gera benefício nem para o cliente pretensamente protegido", escreve a associação. A Ajufe sugere em seguida que os autores da carta publicada hoje buscam "um meio de dar satisfação aos próprios contratantes" diante da inexistência de "vício ou equívoco processual".
"A impossibilidade de se ganhar a causa dentro do devido processo legal leva a todo tipo de afronta à decisão tomada em juízo. O manifesto desse pequeno grupo de advogados dá a entender a ideia absurda de que o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal se uniram com o propósito de manejar a opinião pública para pressionar o próprio Judiciário. Não só a história não é factível, como parece o roteiro de uma teoria ficcionista da conspiração", emenda a Ajufe.
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, um dos signatários da carta crítica à Lava Jato, diz que, após a divulgação, recebeu "mais de uma centena" de mensagens de apoio. Algumas entidades, segundo ele, disseram que vão endossar o documento. Entre elas, as 27 representações da Associação Brasileira de Direito Criminal.
Fonte: ÉPOCA