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Usuários reclamam da falta de médicos, exames e medicamentos nos hospitais

Na última segunda-feira (5), o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) começou a funcionar com um novo modelo de fluxo de atendimento de urgência e emergência

10/12/2016 10:08

Os usuários que precisam de atendimento na rede pública de saúde constantemente reclamam da falta de assistência em postos e hospitais, como carência de medicamentos, ausência de profissionais, demora para receber atendimento, entre outros. A situação se agrava mais ainda quando esses pacientes precisam de atendimento clínico, como consultas ou ainda a realização de exames. 

Na última segunda-feira (5), o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) começou a funcionar com um novo modelo de fluxo de atendimento de urgência e emergência, atendendo apenas a casos graves e orientando os pacientes com quadros simples para as unidades de saúde mais próximas de suas residências, dando mais celeridade no atendimento aos pacientes. Contudo, os hospitais de bairros podem ficar sobrecarregados, vez que a demanda de pacientes irá crescer. 
Foto: Moura Alves/ODIA


Antônio Francisco teve dificuldade para fazer um Raio X esta semana

Segundo o auxiliar técnico Moacir Xavier, esse novo sistema não será muito benéfico para a população, vez que os hospitais de bairro não têm estrutura para atender os pacientes. “Eu vim pegar uma medicação controlada no Hospital da Primavera e fui informado que está em falta. Então, vou precisar comprar um remédio que eu tenho direito gratuito e não é muito barato. Se os hospitais não têm dipirona, imagine oferecer um atendimento mais completo. Esse novo sistema vai fazer com que as pessoas fiquem indo de um lado para o outro e não consigam atendimento”, disse. 

Já Ana Célia buscou atendimento no Hospital da Primavera para realizar consultas de rotina e, o que era para ser algo simples, demorou horas até ser atendida. Das 6h30 às 9h30 aguardando ser chamada ao consultório, sua principal reclamação foi com relação à demora e realização de exames. “Se você chega para ser atendido na urgência ou tomar uma injeção, é fácil, mas se você vem consultar, os médicos demoram para atender e, se for alguma coisa mais complexa, aqui também não atende”, falou a usuária. 

Quem também teve dificuldades para ser atendido foi o porteiro Antônio Francisco dos Santos. Ele conta que foi à Unidade Integrada do Mocambinho, localizada na zona Norte de Teresina, no último dia 2, fazer um Raio-X solicitado pelo médico; entretanto, foi informado que a médica responsável estaria de férias e não havia ninguém para substituí-la. Na terça-feira (6), ele retornou à unidade e foi informado que estava faltando um químico para que o procedimento fosse feito. “Eu venho de Demerval Lobão, cheguei aqui às 7h e até agora nunca fui atendido e nem sei se vou conseguir fazer esse exame. Como cidadão, eu me sinto um lixo, porque a gente paga tanto imposto e, quando precisa de algo, principalmente na saúde, não temos retorno”, desabafou Antônio Francisco.

Unidades garantem atendimento

A diretora da Unidade Integrada do Mocambinho, Talita Regina Barbosa Feitosa, destacou que os hospitais da Capital têm suporte para atender à demanda de pacientes que ia diretamente para o HUT. Segundo ela, é preciso que a população tenha consciência do seu quadro clínico e busque atendimento nas unidades mais próximas de suas residências. “Realmente, o HUT é um hospital de grande porte, que atende casos graves, cujos hospitais de menor porte não resolveriam. Aqui na Unidade Integrada, ainda não tivemos essa alta de pacientes e, como atendemos usuários de álcool e outras drogas, muitas pessoas preferem ir consultar em outros locais só para não estar no mesmo espaço que esses pacientes”, disse. 

Ela destaca ainda que, possivelmente, os hospitais mais próximos ao HUT, localizado na zona Sul, devam registrar uma maior procura por atendimentos clínicos. “No nosso caso, pode ser que aumente o fluxo, mas, até o presente momento, o atendimento está normal. Contamos com atendimento de urgência e emergência da área clínica adulto, mas nossa equipe é suficiente para atender a demanda”, finaliza. 

Com relação à demora na realização de exames, a diretora explicou que as marca- ções são feitas pela Central de Regulação e o hospital não pode interferir. A equipe de reportagem do Jornal ODIA procurou a direção do Hospital da Primavera, mas ninguém foi encontrado para esclarecer sobre o atendimento e falta de medicação.

Por: Isabela Lopes
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