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Bolsonaro fica em silêncio durante depoimento à PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu à sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta quinta-feira (22), para esclarecer sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado, mas optou por permanecer em silêncio durante o depoimento. 

A estratégia já havia sido anunciada pela defesa de Bolsonaro, que tentou adiar o depoimento por três vezes ao longo da semana, sem sucesso. Os advogados alegaram falta de acesso a todas as diligências e provas juntadas aos autos, bem como solicitaram acesso às mídias digitais do ex-assessor da presidência Mauro Cid, que fez acordo de delação premiada.

Ascom PR
Bolsonaro fica em silêncio durante depoimento à PF

Segundo a defesa, a decisão de permanecer em silêncio também visa evitar possíveis contradições com outros investigados, incluindo ex-ministros como Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, cujos depoimentos foram marcados para o mesmo horário pela Polícia Federal, visando verificar inconsistências nos discursos.

Em entrevista, o advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, destacou que a falta de acesso à delação de Mauro Cid e às mídias obtidas em dispositivos apreendidos prejudica a defesa ao não permitir o pleno entendimento das acusações contra o ex-presidente.

Bolsonaro chegou à sede da PF cerca de 10 minutos antes do horário marcado para o depoimento, permanecendo no local por aproximadamente 30 minutos. Além dele, outras pessoas foram ouvidas pela PF nesta quinta. Confira lista a seguir:

O que está sendo investigado?

Os interrogatórios são parte da operação Tempus Veritatis, iniciada pela PF há quinze dias. Segundo as apurações, Bolsonaro e seus apoiadores se uniram para tentar um golpe de Estado, visando manter Bolsonaro no cargo e bloquear a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Uma parte da investigação está relacionada a uma reunião ministerial em 5 de julho de 2022. Durante o encontro, Bolsonaro disse aos ministros que não podiam esperar pelo resultado das eleições para tomar medidas. Os advogados do ex-presidente alegam, no entanto, que ele nunca considerou a possibilidade de um golpe.