O avião presidencial que trazia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva do México precisou retornar para a capital mexicana após apresentar um problema técnico. Mas o que chamou a atenção e assustou os brasileiros foi o fato de a aeronave passar horas voando em círculos pelo espaço aéreo do México. O procedimento, recebido com estranhamento pelas pessoas, é considerado padrão em casos do tipo.
Isso porque a aeronave precisa gastar combustível para poder pousar novamente e em segurança. É que o combustível na aviação é medido em peso e quanto mais abastecida o avião estiver, mais pesado ele se torna. Como a aeronave com o presidente Lula não conseguiria concluir o trajeto previsto inicialmente até o Brasil e não gastaria o combustível que recebeu no México, precisava “queimar” este combustível antes de pousar novamente.
Os aviões precisam de uma certa velocidade e altitude para fazer um pouco seguro. Voar antes de um pouso de emergência ajuda a queimar combustível, reduzindo o peso e a pressão nos sistemas da aeronave. Isso permite que os pilotos tenham mais controle durante a descida e é um procedimento considerado essencial na aviação para minimizar riscos durante o pouso.
Em alguns casos de problemas técnicos com necessidade de pouso de emergência, os aviões podem despejar combustível no ar em um procedimento chamado na aviação de alijamento. Isso evita um pouso “overweight”, ou seja, com um toque mais brusco no chão por conta do peso do combustível nas asas.
Avião de Lula tem autonomia de 11 mil Km de voo
O avião presidencial VC-1 apresentou um problema técnico após a decolagem e precisou passar cerca de 5h voando em círculos a uma altitude média de cerca de 3,8 mil metros do solo. Por volta das 22h19 de ontem (01), a aeronave pousou em segurança. O avião é um modelo Airbus A319CJ produzido na Alemanha e tem autonomia de 11 mil quilômetros de voo. De acordo com a Força Aérea Brasileira, o Airbus apresentou um defeito em um dos motores logo após decolar na Cidade do México.
O A319CJ Presidencial pesa cerca de 50 toneladas e atinge velocidade de até 828 Km/h. A aeronave é usada pelo governo brasileiro desde 2005.
Estavam na aeronave o presidente Lula, a primeira-dama, Janja da Silva, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o economista Gabriel Galípolo, indicado à presidência do Banco Central, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A comitiva participou da posse da presidente mexicana, Claudia Sheinbaum.
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