Imagine acordar um dia e perceber que algo está errado com o seu rosto. Um lado parece flácido, a boca está caída e você não consegue fechar um dos olhos normalmente. Esses são os sinais iniciais que muitas pessoas enfrentam ao serem diagnosticadas com Paralisia de Bell. Recentemente, a doença ganhou destaque nas redes sociais após a jornalista Fernanda Gentil compartilhar sua experiência com o problema.
LEIA TAMBÉM
Mas, afinal, o que é a Paralisia de Bell? Também conhecida como paralisia facial periférica, é uma condição caracterizada pelo enfraquecimento súbito ou paralisia dos músculos de um lado do rosto.
A causa mais comum é uma inflamação no nervo facial, frequentemente desencadeada pelo vírus do herpes, que pode se manifestar quando a imunidade do corpo diminui. Essa inflamação interrompe a transmissão dos impulsos nervosos responsáveis pelos movimentos faciais, afetando apenas um lado do rosto.
Em um vídeo publicado no Youtube, Fernanda Gentil relatou sintomas como dormência nos lábios e dificuldade em movimentar metade do rosto, especialmente ao sorrir e piscar. Inicialmente, ela considerou a possibilidade de um AVC, mas após consultas médicas e exames, recebeu o diagnóstico de Paralisia de Bell.
“Eu percebi de leve que a minha boca estava um pouco dormente, aí passou, me distraí. No dia seguinte, entre uma reunião e outra, percebi novamente que algo estava errado [...] Me tranquei no banheiro na frente do espelho e fiquei fazendo alguns movimentos com o rosto e percebi que o lado esquerdo, que é justamente onde estava incomodando a minha boca, não estava correspondendo com o lado da direita”, relatou a jornalista.
Segundo Fernanda Gentil, os sintomas tiveram início logo após o carnaval. Até o momento, os movimentos do rosto da jornalista ainda não voltaram completamente ao normal.
Como tratar a Paralisia de Bell?
O tratamento para a Paralisia de Bell pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas. Em muitos casos, a recuperação é espontânea e completa ao longo de vários meses, sem necessidade de intervenção médica. Em casos mais graves ou de paralisia total do rosto, a recuperação pode ser incompleta, o que exige acompanhamento médico e fisioterapia.
Dependendo da causa, alguns médicos prescrevem o uso de corticoides ou medicações específicas para tratar a raiz do problema.
O rosto volta ao normal?
A dúvida de muitos pacientes diagnosticados com Paralisia de Bell é se o movimento do rosto irá voltar ao normal. A resposta é sim! Com o tempo, os músculos vão recuperando a força e a função, e a maioria das pessoas se recupera completamente.
Entretanto, o processo de recuperação pode levar alguns meses, e em casos mais graves, pode ser necessário um acompanhamento médico mais prolongado. A fisioterapia também pode ser útil para ajudar na reabilitação dos músculos faciais.
Diagnóstico precoce
Em seu relato, Fernanda Gentil alerta sobre a importância de ouvir os sinais do corpo e buscar assistência médica ao menor sinal de anormalidade. Negligenciar sintomas pode agravar problemas de saúde e retardar o tratamento adequado.
"Se você tem alguma coisa que você acha que não está legal ou que não está funcionando como deveria ou que uma dor está a mais do que deveria, vai procurar uma ajuda, uma orientação médica, uma consulta para você investigar", disse Fernanda.
Qual a diferença entre Paralisia de Bell e AVC?
Antes de receber o diagnóstico de Paralisia de Bell, Fernanda Gentil considerou a possibilidade de estar sofrendo um AVC. A confusão é compreensível, pois os sintomas podem ser semelhantes.
Todavia, enquanto a Paralisia de Bell não está relacionada a problemas cerebrais e afeta especificamente os músculos faciais, o AVC envolve um comprometimento vascular no cérebro, resultando em uma variedade de sintomas além da paralisia facial. Vejamos as principais diferenças entre essas duas condições:
Paralisia de Bell:
- Afeta a parte superior do rosto, comprometendo o movimento da testa, olho e boca de um dos lados da face.
- Pode ser difícil ou impossível enrugar a testa, piscar e fazer caretas no lado afetado.
- Dificuldade em fechar completamente o olho no lado afetado, às vezes acompanhada de piscadas menos frequentes.
- Não há paralisia em outras regiões do corpo.
- Não está relacionada a problemas no cérebro.
AVC (Acidente Vascular Cerebral):
- Geralmente, a boca se entorta, mas sem afetar o olho.
- Pode vir acompanhado de outros sintomas como fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna, além de confusão mental.