Durante depoimento à Polícia Civil, o entregador Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, afirmou que foi ameaçado e agredido por policiais militares antes de ser arremessado de uma ponte na Zona Sul de São Paulo. O caso ocorreu na madrugada da última segunda-feira (2) e foi registrado em vídeo que circulou nas redes sociais, causando grande repercussão.
Em depoimento prestado nesta sexta-feira (6), Marcelo revelou detalhes sobre as agressões e ameaças que sofreu durante a abordagem policial. Ele contou que estava trafegando pela Avenida Cupecê, no bairro Cidade Ademar, quando avistou uma grande quantidade de policiais. O jovem, assustado, freou a moto bruscamente e tentou fugir a pé, momento em que foi atingido com golpes de cassetete na cabeça e nas costas.
Marcelo relatou que o policial o agarrou pelo colarinho e o levou até a beira da ponte. Foi nesse momento que o soldado fez a ameaça: "Ou você pula da ponte, ou eu jogo você e sua moto". O manobrista afirmou ter tentado explicar que não era ladrão e que sua moto não era roubada, mas, mesmo assim, foi jogado no córrego abaixo.
A vítima contou que, após a queda, se orientou por moradores de rua para sair do local sem ser visto. Ele conseguiu uma carona até a UPA Santa Catarina, onde recebeu atendimento médico para as lesões causadas pelos golpes de cassetete, que foram a principal causa das suas feridas na cabeça.
O soldado Luan Felipe Alves Pereira, responsável pela agressão, foi preso na quinta-feira (5), após a Justiça Militar decretar sua prisão preventiva. Durante a audiência de custódia, o PM demonstrou arrependimento e chorou, mas não fez declarações públicas. Além disso, a Corregedoria da Polícia Militar afastou 13 policiais que estavam envolvidos na operação.
Marcelo, por sua vez, compareceu à delegacia na sexta-feira para prestar depoimento, permanecendo no local por cerca de três horas. Ele saiu sem falar com a imprensa e foi acompanhado por uma mulher não identificada. A Corregedoria da Polícia Militar segue investigando o caso, e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo ainda não se manifestou oficialmente sobre o andamento das investigações.
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