Nesta sexta-feira (15), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, derrubou o sigilo de 27 depoimentos feitos no inquérito que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados próximos, incluindo membros do alto escalão militar.
A ação do ministro Moraes ocorreu em resposta a uma série de publicações jornalísticas que, segundo ele, estavam divulgando informações incompletas sobre os depoimentos prestados à autoridade policial. Com isso, a medida visa a garantir transparência e acesso amplo às informações, dissipando qualquer especulação e garantindo que a verdade seja devidamente esclarecida.
Entre os depoimentos liberados, destaca-se o do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que revelou detalhes sobre o material encontrado com o tenente-coronel Mauro Cid, então auxiliar do ex-presidente Bolsonaro. Esse material é central nas investigações, tendo sido discutido em uma reunião no dia 7 de dezembro de 2022, na qual estavam presentes militares e altos representantes do governo da época.
O documento em questão teria sido apresentado nessa reunião e discutido na ausência de membros civis, como o então Ministro da Defesa e o próprio Presidente Bolsonaro. O general Freire Gomes confirmou que o presidente informou que o documento estava sob estudo e que posteriormente reportaria aos comandantes militares.
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O processo de investigação avançou por meio da Operação Tempus Veritatis, que resultou na execução de 33 mandados de busca e apreensão, 4 prisões preventivas e 48 medidas cautelares em 10 unidades federativas do país. Essa operação foi impulsionada pela delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e teve um papel crucial na obtenção de informações relevantes para esclarecer os fatos.
Os depoimentos agora liberados incluem figuras do governo Bolsonaro, como o próprio ex-presidente, Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, e outros membros do alto escalão, tanto civis quanto militares. Contudo, alguns depoentes optaram por permanecer em silêncio, como Bolsonaro e seu ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
Foi retirado o sigilo dos seguintes depoimentos:
- Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
- Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente
- Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira, ex-ministro da Defesa
- Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial de Bolsonaro
- Carlos De Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica
- Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
- Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército
- Valdemar Costa Neto - presidente do PL, partido de Bolsonaro
- Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército
- Ailton Gonçalves Moraes Barros
- Amauri Feres Saad, advogado
- Angelo Martins Denicoli
- Bernardo Romão Correa Netto
- Cleverson Ney Magalhães
- Eder Lindsay Magalhães Balbino
- Guilherme Marques Almeida
- Helio Ferreira Lima
- José Eduardo De Oliveira E Silva
- Laércio Vergílio
- Mario Fernandes
- Rafael Martins De Oliveira
- Ronald Ferreira De Araújo Júnior
- Sérgio Ricardo Cavaliere De Medeiros
- Tercio Arnaud Tomaz
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