O governador Rafael Fonteles voltou a criticar, na manhã desta segunda (07), a fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Em uma entrevista, o gestor mineiro anunciou que os estados do Sul e Sudeste estão criando uma frente para trazer mais protagonismo “econômico e político" para essas regiões.
A declaração surge em meio a discussão da reforma tributária, que foi aprovada na Câmara e seguiu para o Senado. Estados do Nordeste e Norte do Brasil brigam por um aumento de R$ 35 bilhões no Fundo de Desenvolvimento Regional e cobram que, independente do tamanho, todos os entes federativos tenha o mesmo peso nas decisões inerentes ao novo sistema tributário.
Na entrevista, Romeu Zema afirmou que o Brasil funciona como um "produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito", em referência ao Nordeste. Para o político o bloco Sul-Sudeste será formado pelos sete governadores das regiões que estariam em desvantagem nas votações na Câmara, mesmo representando uma fatia maior da população.
Fonteles reagiu a fala do gestor mineiro e defendeu a igualdade entre regiões
“Não quero polemizar, a declaração a nosso ver foi ruim e mereceu essa resposta dos governadores do Nordeste e de outras personalidades do Brasil. É nessa diversidade, nessa beleza que fortalecemos o potencial do Brasil”, afirmou Fonteles.
"Não podemos estimular nenhum sentimento de rivalidade e de separação entre os estados brasileiros para tornar o nosso país cada vez mais esse exemplo de união, de paz social, que é um valor muito caro a todos os brasileiros"
O gestor explicou os três pontos centrais que ele defende que seja adicionado ao texto da reforma tributária.
“Defendemos três pontos basicamente, o conselho federativo, onde os estados devem ter o mesmo peso, o valor do fundo de desenvolvimento regional que deve ser ampliado de R$ 40 bilhões para R$ 75 bilhões e o critério de rateio deste fundo deve estar na emenda constitucional, beneficiando as regiões menos desenvolvidas, o critério deve ser o inverso a renda per capta”, concluiu