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Setembro Amarelo: Se precisar, peça ajuda!

Um assunto triste, delicado, mas necessário de ser abordado. O suicídio é uma realidade que atinge milhares de pessoas em todo o mundo e causa grandes prejuízos à sociedade. Desde 2013, o tema passou a fazer parte do calendário nacional da campanha internacional Setembro Amarelo. O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio ocorre, oficialmente, no dia 10 de setembro e, em 2023, traz como lema da campanha: “Se precisar, peça ajuda!”. 

Ao longo de todo o mês, o Sistema ODIA, em todas as suas plataformas, trará reportagens abordando a prevenção ao suicídio e desmistificando essa temática que ainda causa medo, estigmas e gera dúvidas, especialmente para aqueles que querem ajudar alguém que está vivenciando este momento difícil. 

Reprodução/CNS
Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio ocorre em 10 de setembro

O Setembro Amarelo atua ativamente na importância da vida e na necessidade de se falar sobre a prevenção ao suicídio. Durante todo o mês, são desenvolvidas ações e promovidos debates que focam no acolhimento. Falar de um assunto, ainda considerado tabu, faz com que as pessoas que estão passando por este momento delicado se sintam acolhidas e busquem ajuda. 

Identificar quando uma pessoa está lutando contra esse problema tão grave e saber como ajudá-la a superar este momento é uma das maiores formas de demonstrar que se importa com alguém. Para isso, é preciso aprender e buscar informações sobre prevenção ao suicídio, além de desenvolver a escuta ativa, sem julgamentos, e demonstrar empatia, acolhendo esta pessoa sem julgamentos. E claro, direcioná-la para atendimento com médico psiquiatra. 

Dedicar um mês a falar sobre prevenção ao suicídio é criar uma imensa rede de apoio àqueles que necessitam de ajuda. Para a psicóloga Ianny Luizy, o Setembro Amarelo tem uma grande importância, especialmente por este ainda ser um tema cheio de restrições e preconceitos. A profissional pontua que não é falando sobre o tema que os casos de suicídio deixarão de acontecer, e reforça a necessidade o acolhimento. 

Ter uma data para falar sobre prevenção ao suicídio é extremamente importante, quando sabemos que há um tabu enorme por esse assunto, por muitas vezes chegando até a ser escondido, para que não ‘estimule’, sendo que tudo o que está no escuro, uma hora vem à luz. Se dermos visibilidade a isso, logo conseguiremos, ajudar, acolher e salvar vidas.

Ianny LuizyPsicóloga
Jonathan Dourado
Psicologa Ianny Luizy fala sobre prevenção ao suicídio

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, no Brasil, são registrados aproximadamente 14 mil casos de suicídio por ano, ou seja, uma média de 38 suicídios por dia. No mundo, em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios, além dos episódios subnotificados, superando, assim, mais de um milhão de casos. 

O que é o Setembro Amarelo?

O Setembro Amarelo entra oficialmente para o calendário nacional de prevenção ao suicídio em 2014 por meio do médico psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente de Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina. 

Apesar de ser um mês voltado para ações de cuidado e prevenção ao suicídio, diversas iniciativas são realizadas ao longo de todo o ano. O Setembro Amarelo é a maior campanha anti estigma do mundo. 

É importante destacar que, embora os números de casos de suicídio tenham diminuído em todo o mundo, os países das Américas têm indo na contramão e os índices têm aumentado significativamente, conforme a OMS. Em praticamente 100% dos casos de suicídio, percebe- se que há uma relação com doenças mentais, especialmente aquelas não diagnosticadas ou tratadas de maneira incorreta.

Reprodução/ Câmara Legislativa do DF
Casos de suicídio tem relação com doenças mentais não tratadas

Diante disso, observa-se que muitos desses casos poderiam ter sido evitados se esses pacientes tivessem recebido informações de qualidade e tido acompanhamento e tratamento psicológico adequados. É o que destaca a psicóloga Ianny Luizy. “A ajuda profissional é de extrema importância, pois é ele quem está apto para ajudar, sem julgamentos, com uma escuta qualificada e com as técnicas eficazes para que esse tratamento seja bem-sucedido”, disse.

Prevenção ao suicídio: identificando comportamentos

É importante destacar que toda a sociedade precisa estar envolvidas nas ações de prevenção ao suicídio, e não apenas a rede de saúde. Aspectos biológicos, psicológicos, políticos, sociais e culturais devem ser considerados para reduzir as taxas de suicídio. Alguns grupos, órgãos e entidades oferecem serviços de escuta e acolhimento para pessoas que estão passando por um processo difícil em sua vida.

É necessário que a sociedade entenda que a saúde mental é um problema do ano todo. Temos o Centro de Valorização da Vida (CVV), que funciona o ano inteiro. Caso você perceba características de depressão, ansiedade, ideação suicida, em você ou em outra pessoa, busque ajuda com psicólogos, psiquiatras e professores, tanto na rede pública ou privada. Sempre haverá alguém capacitado para lhe ajudar.



Ianny Luizy. Psicóloga

Segundo os órgãos de Saúde, o suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que confuso, usando um meio de que ele acredite ser letal. Também fazem parte do que habitualmente.

Idosos e adolescentes são os mais vulneráveis

O Relatório Técnico da Análise da Mortalidade no Estado do Piauí, referente ao ano de 2022, revelou que a Taxa de Mortalidade por Suicídio entre idosos foi a maior no Piauí no ano passado. Os dados registraram 15,9 óbitos de idosos para cada 100 mil habitantes. Dos 360 óbitos por suicídio notificados no Estado, 71 foram de pessoas com 60 anos ou mais. 

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Idosos são mais vulneráveis ao suicídio

Porém, um dado chama atenção para o risco de suicídio entre adolescentes, quando foram registrados 4,5 óbitos para cada 100 mil habitantes. Do total de óbitos noticiados em 2022, 24 eram de jovens de 10 a 19 anos. Os dados também evidenciam que o risco de suicídio em homens é 4,3 vezes maior que em mulheres. Dos 360 óbitos registrados em 2022, 290 notificações foram do sexo masculino e 70 do sexo feminino.

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