O prefeito de Dom Expedito Lopes, município distante 293 km de Teresina, Valmir Barbosa de Araújo (Republicanos), foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI) devido compra de votos e abuso de poder político na eleição de 2020. A decisão do TRE-PI reformou a sentença da Juiz da 62ª Zona Eleitoral, Fabrício Paulo Cysne Novaes.
Na sessão presidida pelo desembargador Erivan Lopes, o TRE-PI decidiu por unanimidade cassar também a vice-prefeita Evanil Conrado de Moura Lopes. Valdir Barbosa também foi condenado a pagar multa no valor de 10 mil UFIR. Por outro lado, não foi aplicando pena de inelegibilidades aos envolvidos.
Com a cassação, a presidente da Câmara Municipal, vereadora Maria Renata Alves de Sousa (Republicanos) assumirá o comando do Poder Executivo até a realização de novas eleições em Dom Expedito Lopes.
O caso
A ação foi movida pela coligação “Resgatar a Verdade e o Compromisso”, que unia PP e MDB. Na denúncia, foi apresentado que o prefeito reeleito Valmir Barbosa na véspera da eleição comprou pelo valor de R$ 2 mil os votos de Wellington Soares dos Santos, da sua esposa, Lucimar Lima Leal Soares e o de Antônio de Araújo Dias. Ele ainda prometeu instalar na propriedade desses eleitores três postes de iluminação cujo serviço seria pago com verbas da prefeitura.
Como prova foi entregue à Justiça Eleitoral uma gravação em áudio e vídeo em que o prefeito eleito aparece entregando o dinheiro em espécie. Os materiais foram periciados pela Polícia Federal cujo laudo comprovou os crimes eleitorais.
O juiz da Zona Eleitoral, contudo, considerou, baseado na tese da defesa no parecer do Ministério Público na Zona Eleitoral, que a prova produzida de forma ilícita, já que a gravação foi realizada sem a ciência dos participantes das imagens.