O ano de 2024 será bissexto. Isso significa dizer que serão 366 dias, um dia a mais do que os anos normais, que têm 365 dias. Esse dia a mais é acrescido ao mês de fevereiro, que costumeiramente tem 28 dias e, a cada quatro anos, passa a ter 29 dias. Mas, por que isso ocorre e quais as influências e implicações para o planeta com o acréscimo de um dia no calendário?
Antes de tudo, é preciso entender porque este ano recebe o nome de bissexto e porque esse um dia é acrescido ao calendário a cada quatro anos. O ano é chamado de bissexto por ter dois seis, ou seja, saindo do 365 para o 366. Esse um dia que o calendário ganha ocorre devido ao tempo de duração que o planeta Terra leva para fazer uma volta completa ao Sistema Solar. Esse processo demora 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos.
A soma dessas horas, minutos e segundos a mais se torna um dia e é incluída no calendário a cada quatro anos. Não acrescentar esse tempo excedente no calendário, segundo o professor de Geografia, Igor Pinheiro, poderia fazer uma grande diferença ao longo dos tempos da vida da humanidade e do planeta Terra.
“Não acrescentar essas horas faria com que as datas do nosso calendário não acompanhassem nem as fases da Lua e nem a correta relação com o calendário solar. Desse modo, o ano bissexto é uma forma de compensação para o calendário de translação da Terra, acompanhando o movimento do Sol, da Lua e o calendário produzido pela sociedade ao longo dos tempos, para que fossem unificados, uma vez que, no passado, a forma de contagem dos dias, das semanas, dos meses e dos anos passou por uma série de transformações”, explica o docente.
Como surgiu o ano bissexto?
O surgimento do ano bissexto iniciou por volta do ano 50 a.C (antes de Cristo), com o imperador romano Júlio César. À época, o calendário tinha apenas 10 meses e, com o passar do tempo, foram sendo adicionados dias e meses, ou suprimidos dias. Entretanto, foi no Século VI, com o Papa Gregório XIII, que o calendário foi unificado. Para o processo de retificação, o papa contou com a colaboração de astrônomos.
Conforme o pesquisador Igor Pinheiro, as implicações do ano bissexto são diversas, desde as mais simbólicas como em relação às datas e comemorações. “A grande maioria da população brasileira segue o calendário cristão, principalmente o pregado pela Igreja Católica, no qual determina o período de Quaresma, contado da terça-feira de Carnaval até o Domingo de Páscoa, além do início e término de meses, entre outras datas. Então, do ponto de vista simbólico, se essas cinco horas não fossem adicionadas em período de quatro anos, faria uma grande diferença ao longo do tempo”, pontua o professor.
O ano bissexto também pode causar implicações diversas, sobretudo na vida prática dos seres humanos, como na agricultura e na pesca, uma vez que essas atividades são determinadas pelas marés e pelas fases da Lua. “O ano bissexto serve para sincronizar essa dissonância que poderia haver se não contabilizássemos dias, horas, minutos e segundos com toda essa precisão que os aparelhos e equipamentos da astronomia proporcionam. Todas as estações do ano tem dia, hora, minutos e segundo para iniciar e, se forem contabilizadas de maneira errada, ao longo dos anos e dos séculos, pode fazer uma diferença muito grande”, ressalta Igor Pinheiro.
Influência nas estações do ano
Como já foi dito, o ano bissexto influencia nas estações do ano. No Hemisfério Sul, por exemplo, o Verão inicia do dia 21 de dezembro. Se as horas não fossem contabilizadas de maneira exata, essa data, ao longo dos tempos, poderá ser alterada, ou seja, poderia iniciar antes ou depois, o que geraria uma série de contratempos na vida prática dos seres humanos.
“Esses contratempos ocorreriam no ponto de vista do início das estações, das plantações e cultivos, da indústria da moda, do movimento das marés e até do calendário lunar, que tem grande relevância para a sociedade brasileira. Inclusive, o Instituto Nacional de Meteorologia considera o calendário lunar e realizam vários estudos de meteorologia sobre as fases da Lua e suas influências no nosso planeta, como a força gravitacional da Lua, a depender da sua fase, que interfere na direção dos ventos e até na pressão atmosférica”, destaca o professor Igor Pinheiro.
No Piauí, o ano bissexto também tem sua importância, especialmente com relação às estações do ano. Apesar de o Estado não ter as quatro estações - Primavera, Verão, Outono e Inverno - bem definidas, esse um dia a mais acrescido no ano influencia na regulagem e manutenção do início e término de duas estações de extrema importância para a população piauiense: a Seca e a Chuvosa.
“Oficialmente, a nossa estação chuvosa inicia no dia 21 de dezembro, quando seria a estação do Verão no Hemisfério Sul, e finaliza em março, no Outono. A presença do ano bissexto ajuda a regular o calendário, para que nós piauienses tenhamos a noção de quando inicia o período da chuva e o período da seca. Isso orienta as práticas de agricultura das pessoas que lidam diretamente com o espaço rural, com a criação de animais e com a pesca, especialmente em mar aberto, que depende da influência das fases da Lua e de sua força gravitacional, que exerce com mais ou menos força em determinados períodos do ano, durando entre seis e oito dias. Ou seja, acaba orientando a população em relação às condições naturais”, conclui o pesquisador, Igor Pinheiro.
Quem nasce no dia 29 de fevereiro é registrado quando?
O recém-nascido deve ter em seu registro o exato dia que nasceu, inclusive se a data for o 29 de fevereiro. No caso do ano bissexto, é possível fazer uma alteração apenas no horário, que poderá ser aproximado. Na Declaração de Nascido Vivo (DNV), que serve de base para o registro no cartório e é emitido pelo hospital e assinado pelo médico no momento do nascimento da criança, deve contar as informações reais sobre o dia e hora do nascimento do bebê.
Assim, a Declaração de Nascido Vivo proíbe registrar o nascimento em uma data diferente da correta. Isso porque todos os brasileiros devem ter o dia, mês, ano, lugar e horário exatos em seu registro. A alteração desses dados é considerado crime.
O ano bissexto para a astrologia
O ano bissexto, com seu dia extra em fevereiro a cada quatro anos, tem interpretações distintas na numerologia e na astrologia. Na numerologia, o dia 29 pode representar transição e renovação, oferecendo oportunidades para crescimento pessoal. Na astrologia, as pessoas nascidas nesse dia podem ser consideradas como nascidas sob o signo de Peixes, influenciadas pelo elemento água e características associadas a esse signo. Embora não haja consenso absoluto sobre a influência do ano bissexto sobre a vida da pessoa, a interpretação astrológica pode fornecer insights sobre sua personalidade e jornada de vida.
A origem do ano bissexto remonta ao calendário juliano, criado por Júlio César em 45 a.C. para corrigir a discrepância entre o ano solar e o calendário lunar. O acréscimo de um dia extra em fevereiro a cada quatro anos ajudou a manter o alinhamento com as estações do ano. No entanto, a crença de que o ano bissexto está associado a coisas ruins é uma superstição sem fundamento. Na verdade, o ano bissexto é uma medida prática e necessária para manter a precisão do calendário, sem qualquer influência negativa sobre eventos ou indivíduos.
Os nascidos no dia 29 de fevereiro, ano bissexto, enfrentam a dificuldade de determinar quando celebrar seus aniversários nos anos não bissextos. A astrologia oferece uma solução para essa questão através do cálculo da Revolução Solar que é um método da astrologia que calcula a posição dos planetas no momento em que o Sol retorna à mesma posição em que estava no momento do nascimento de uma pessoa. Essa técnica fornece insights sobre os temas e energias que estarão presentes durante o próximo ano da vida do indivíduo, auxiliando na tomada de decisões e no planejamento de metas e projetos pessoais.
Essa abordagem pode ajudar os indivíduos nascidos em 29 de fevereiro a aproveitar ao máximo sua jornada pessoal e a se alinhar com os ciclos naturais do universo.