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Caça de tatu pode causar micose pulmonar e outras doenças, alerta Ibama

Apesar do risco à saúde, o consumo e a manipulação da carne de animais silvestres ainda são comuns no Piauí, em especial em municípios do interior. A carne de tatu, por exemplo, ainda é popular na região da caatinga, em estados como Piauí, Ceará, Bahia e Pernambuco. Por isso, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) faz um alerta para as doenças que podem ser transmitidas através do contato com esses animais, como a micose pulmonar.


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Transmitida por um fungo que reside no solo, a micose pulmonar pode ser transmitida para os seres humanos no momento da manipulação dos tatus. “No momento da caça, ao retirar esses animais do solo, o ser humano pode inalar a poeira com o fungo e ser contaminado”, explica o analista ambiental/médico veterinário do Ibama, Fabiano Pessoa. Entre os sintomas da doença estão  falta de apetite, enjoos e diarreia.

Foto: Pixabay

Contudo, não é apenas a micose pulmonar que representa um risco aos seres humanos, doenças como a hanseníase, doenças de chagas, leishmaniose, entre outros vírus e parasitas, também podem ser transmitidos através do contato ou do consumo da carne de tatu, já que o animal funciona como reservatório dos microorganismos causadores destas graves enfermidades.

 “A caça desse animal para venda ou consumo é muito grande. Já existem casos comprovados de tatus com a hanseníase em vários estados, como São Paulo, Pará, Ceará e Rio Grande do Norte. Por isso fazemos o alerta para que não caçar esses animais, não há necessidade. Tanto a carne do tatu, como de outros animais silvestres, como veado e cutia, trazem risco à saúde humana”, explica.

O analista ambiental do Ibama destaca ainda o risco do surgimento de novas doenças a partir do contato com animais silvestres, como ocorreu com a gripe suína e aviária. O Zika Vírus, por exemplo, teve a sua origem identificada a partir do contato de seres humanos com macacos na Floresta Zika, em Uganda, na África. “Ao ir para o meio do mato e entrar em contato com os animais silvestres, você pode levar para dentro de casa vírus, bactérias, fungos, parasitas e outros protozoários que são prejudiciais”, afirma.

A caça de animais silvestres também pode trazer implicações legais. No Brasil, a prática é proibida pela Lei de Crimes Ambientais e pode incorrer em detenção e multa, que varia de R$ 500,00 a R$ 10 mil. “A multa é de R$ 500,00 por animal, se for uma espécie silvestre ameaçada de extinção, o valor é de R$ 5 mil. Dobra-se esse valor se o crime ocorrer em uma unidade de conservação. O mais importante é compreender a importância desse animal em liberdade, porque ele cumpre uma função biológica importantíssima para a manutenção do equilíbrio ambiental”, finaliza.