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Diferença salarial: mulheres no Piauí recebem 14% a menos que homens

As disparidades salariais entre gêneros continuam a ser um problema no Brasil, e o Piauí não é exceção. O novo Relatório de Transparência Salarial, divulgado recentemente pelo Ministério do Trabalho, revelou que as mulheres no estado enfrentam uma diferença salarial de 14,46% em relação aos homens. A análise abrange empresas com mais de 100 funcionários e utiliza dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

Nathalia Amaral/O Dia
Diferença salarial: mulheres no Piauí recebem 14% a menos que homens

No Piauí, a média salarial das mulheres é de R$ 2.360,27, enquanto os homens ganham, em média, R$ 2.701,97. Nacionalmente, o panorama é ainda mais preocupante. Em todo o Brasil, as mulheres recebem, em média, 20,7% a menos do que os homens nas empresas com 100 ou mais empregados. A média salarial dos homens é de R$ 4.495,39, enquanto a das mulheres é de R$ 3.565,48. A disparidade é ainda maior para mulheres negras, que ganham apenas 50,2% do salário dos homens não negros.

A diferença também é acentuada quando se observa a comparação entre mulheres negras e não negras no Piauí. Mulheres negras ganham, em média, 32,74% a menos que mulheres não negras no estado. O relatório destaca que apenas 23,9% das empresas no Piauí têm políticas de incentivo à contratação de mulheres negras.

A ministra Cida Gonçalves enfatizou a necessidade de políticas públicas para garantir a igualdade de oportunidades para mulheres, especialmente as negras. Ela fez um apelo aos empresários para que se juntem aos esforços do governo para combater a desigualdade salarial.

"Os dados do relatório servem como óculos para que a gente construa as soluções para resolver o problema. Nós, como governo, vamos assumir a nossa responsabilidade e construir políticas públicas para que as mulheres, especialmente as mulheres negras, tenham as mesmas oportunidades que os homens. Mas eu faço um apelo para que os empresários estejam conosco".

Cida GonçalvesMinistra das Mulheres
Divulgação
Cida Gonçalves, Ministra das Mulheres

Rosane Silva, secretária nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do Ministério das Mulheres, ressaltou que o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral é fundamental para enfrentar a desigualdade salarial. “São 79 ações voltadas para incluir as mulheres no mundo do trabalho, assegurar sua permanência e ampliar sua participação, passando por formação em carreiras de tecnologia e políticas de compartilhamento das responsabilidades domésticas”, disse.

O que fazer em caso de ser vítima de discriminação salarial?

Se você acredita que está sendo paga de maneira desigual em relação aos seus colegas de trabalho, considere os seguintes passos:

- Documente tudo: Mantenha registros detalhados de seu salário, cargos e responsabilidades.

- Compare salários: Pesquise a média salarial para sua função em sua região e setor.

- Converse com o RH: Apresente suas preocupações ao departamento de Recursos Humanos da empresa.

- Denuncie: Se a discriminação continuar, você pode buscar ajuda através dos canais de denúncias oferecidos por órgãos governamentais, como o Ministério do Trabalho e Emprego.

- Busque assistência jurídica: Considere a possibilidade de consultar um advogado especializado em direitos trabalhistas para explorar suas opções legais.


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