Somente em 2023, 11 trabalhadores foram resgatados no Piauí em condições análogas à de escravo, sendo sete resgatados no município de Elesbão Veloso e quatro em Eliseu Martins. Os dados são do Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil, mantido pelo Ministério do trabalho e Emprego, que apresenta informações e estatísticas online sobre as inspeções do órgão realizadas no Brasil.
Em 10 anos, 729 trabalhadores foram resgatados no Piauí em condições análogas à de escravo. O levantamento revelado neste sábado, 13 de maio, data lembrada pela assinatura da Lei Áurea (1888), e marca o fim da escravidão no Brasil, chama atenção para a luta contra a precarização da mão de obra, contra o racismo e a desigualdade social.
A ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimental, usou suas redes sociais para divulgar dados nacionais, no qual, somente este ano, 1.201 trabalhadores foram resgatados nessa condição. “O que deveria ser um marco pelo fim da escravidão se tornou mais um dia de luta. Após 135 anos trabalhadores ainda são resgatados de situações análogas à escravidão. Que esse dia sirva para fortalecer a luta antirracista. Seguiremos fazendo o que for necessário para construir um Brasil mais justo”, disse na publicação.
Este ano, ocorreram resgates em 17 das 27 unidades federativas. Dos casos registrados, 87,3% envolvem trabalho rural. Em Goiás, 372 pessoas foram encontradas em situação análoga à escravidão desde o início de janeiro. Todas elas em estabelecimentos agrários. É o estado com o maior número de ocorrências.
Em março deste ano, 117 piauienses foram resgatados em Minas Gerais e Goiás nessas condições. Eles atuavam em serviços em usinas de álcool e na produção de cana-de-açúcar e foram descobertos durante uma fiscalização do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do Ministério Público do Trabalho.
Vinte empregadores piauienses estão na ‘Lista Suja do Trabalho Escravo’. Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Piauí é o terceiro estado com o maior número de patrões que submetem seus funcionários a condições análogas à escravidão, ficando atrás somente de Minas Gerais e Goiás.
Com informações de Agência Brasil