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Idosos são as principais vítimas de crimes virtuais no Piauí

A violência contra a população idosa pode se manifestar de diferentes formas, desde violência psicológica, passando por violência patrimonial e a violência física, propriamente dita, o problema é um drama social que se diversifica em várias regiões do mundo. Mas para a delegada Cassandra Moraes, adjunta da Delegacia do Idoso, algo permanece o mesmo: a vulnerabilidade da população idosa a ser mais suscetível a crimes virtuais.

Nesta terça-feira (23), em entrevista ao programa Rota do Dia, da O Dia TV, a delegada destacou que os crimes virtuais possuem como principal vítima as pessoas da terceira idade. Isso, segundo ela, se dá pelo fato dessa fatia da população não possuir tanta habilidade com as novas tecnologias, que estão em evolução a todo instante.

Reprodução/Freepik
Idosos são as principais vítimas de crimes virtuais no Piauí

Os números de violência contra idosos eles sempre possuem uma pequena elevação, mas o número que tem se destacado, por conta dos crimes virtuais que estão tendo, são aqueles crimes digitais, especialmente pelo WhatsApp. O idoso não tem tanta familiaridade (com as novas tecnologias)

Cassandra MoraesAdjunta da Delegacia do Idoso

Em razão disso, a delegada ressaltou o papel dos mais jovens em um maior auxílio dos idosos quanto a utilização das novas tecnologias e de ferramentas digitais, principalmente para evitar que novos crimes virtuais possam acontecer em desfavor desse público.

Nós pedimos que os mais jovens procurem divulgar para os idosos que possam ter muito cuidado ao utilizar as redes sociais. Um desses casos são fotos enviadas nesses aplicativos. Hoje a assinatura eletrônica é a foto-biometria. O estelionatário, por exemplo, pode abrir uma conta em nome do idoso só com aquela foto e adquirir empréstimos. Isso é o que tem se destacado em 2024”, disse a delegada.

Principais crimes contra os idosos

A violência contra os idosos podem ser registradas de diversas formas. Entre elas há a violência psicológica, física, sexual, financeira/patrimonial, negligência e abandono, por exemplo. Entretanto, a delegada Cassandra Moraes destaca a participação da população no registro de denúncias para que, por exemplo, a violência psicológica não evolua para outros tipos de violências que possam culminar, até mesmo, na morte da vítima.

“Os principais crimes são os de violência psicológica, onde o idoso é agredido verbalmente. Reiteramos que quando você ver algum caso de violência contra esse público, seja verbal ou não, para que isso não progrida para a violência física, que denuncie. A violência começa com os xingamentos e outras ofensas aos idosos”, ressaltou a delegada adjunta.

Na ocasião, Moraes argumentou ainda sobre a dificuldade da população idosa em registrar as violências sofridas. “Nós temos um grupo vulnerável, tanto a mulher como o idoso. A mulher, por vezes, consegue procurar a delegacia para buscar seus direitos, caso que, nem sempre, é possível ser realizado pelo público idoso. É fundamental que a comunidade fiscalize o ambiente em que vive”, frisou.

Como denunciar

Há várias formas de denunciar supostos casos de violência contra os idosos. Independentemente da idade e/ou da situação de dependência, os idosos têm obviamente os mesmos direitos que outra pessoa. A ajuda pode ser acionada por qualquer pessoa através do Disque 100, Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. Identificar a violência sofrida pela pessoa idosa auxilia no registro e encaminhamento de denúncias às autoridades competentes, para que, dessa forma, o ciclo de violência possa ser cessado quanto antes.

População que menos acessa a internet

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao Censo 2022, apontaram que a população idosa do Piauí é a que menos está conectada com a internet no Brasil. A faixa etária em destaque se refere a população que possui 60 anos ou mais no Estado.

Arquivo / O Dia
Conexão de idosos com a internet é a menor do Brasil, diz IBGE

Segundo o levantamento, cerca de 54,1% da população idosa piauiense relatou não ter qualquer tipo de acesso com a rede mundial de computadores. O percentual supera a média brasileira, que ficou em 37,9%, e também da média entre todos os estados do Nordeste (48,7%). Os dados são Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, retratadas no módulo temático sobre Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC).


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